Nos últimos anos vacilamos muito se devíamos ou não subir ou descer o rio Douro!...
Tínhamos um confronto interior que não será fácil de explicar, uma vez que são questões que vamos colocando a nós mesmos em certos momentos da nossa curta existência, e, que, nem sequer se prendem com o bem e o mal, mas, unicamente, com a nossa forma de imaginar toda uma região a partir do momento em que fomos sendo preparados desde muito miúdos para um rio, que já viria de muito longe e com cujas actividades nos fomos identificando, ao mesmo tempo que íamos, nós e os outros, partilhando vivências de tarefas que eram dos rios ou que a eles estariam associados.
Mas há aqui aspectos, que queríamos deixar bem claros e que gostávamos de partilhar com os nossos conterrâneos... O primeiro aspecto é que sendo nós um duriense dos anos quarenta, transportamos connosco esse Douro já um pouco antigo e que guardamos quase religiosamente, com profundo respeito por todas as criaturas que conhecemos e com quem convivemos, e, que, como nós, conheceram e amaram os rios Douro, Arda e os demais!... Claro, que estamos a referir-nos e a citar as gentes de Pedorido e Rio Mau, mas também da Póvoa, Sebolido, Melres, Lomba, Oliveira do Arda, Raiva, Folgoso e Serradelo! Todas estas gentes tinham um ponto em comum e de grande coesão, que lhes advinha do facto de se encontrarem de segunda a sábado na mesma labuta e num mesmo trabalho na única companhia a laborar no Couto Mineiro do Pejão!...
Entretanto, esses tempos já passaram e, por coincidência, ou não, os rios viram-se também transformados, os grandes areais do Douro foram escondidos com a subida das águas, os pescadores de Pedorido e Rio Mau passaram a ser uma miragem naquele grande e belo areal de Pedorido, porque ainda temos bem presente, como eram tão ágeis a manobrar os pequenos barcos da pesca ao sável, enquanto outras mãos se prontificavam a deixar cair para as águas "lamacentas" do Douro, uma rede previamente ordenada numa das zonas do barquito de sete metros e de forma a não comprometer toda a tarefa, do princípio ao fim, e, até completar numa espécie de U, já em pleno areal, aquilo que seria uma armadilha para um peixe, que subia sempre apressado na mira duma desova, depois de muitas milhas vencidas e que visava garantir a continuidade da espécie!... E, será que o apressado sável, depois de ter escapado à captura pelas redes montadas a partir de areais a jusante, iria vencer mais este desafio a lançar por pescadores tão experientes como os que operavam no nosso areal de Pedorido?!
Diz-se, que foram tempos difíceis... ( Continua )
Nota: Este post é uma cópia do que publicamos no blogue PEdorido.com
Vivemos num país da República das Bananas.
ResponderEliminarDeveriam ser obrigados a beber a água logo após os esgotos a céu aberto situados ao fundo da Estação vindo de Oliveira do Arda a entrar no Rio.
Espera-se que este novo Executivo e tendo como Vice- Presidente um conterraneo da Freguesia da Raiva tudo faça para que seja criada uma ETAR.
O Rio Arda merece e deve ser respeitado.
Parabéns ao autor de tão importante e imaginativo texto.