segunda-feira, 11 de junho de 2012

RECTÂNGULO ARMADILHADO (2)

  • Assim que se percebe que Abril "arrumara" com extrema facilidade - quase do dia para a noite - o regime de partido único, e, que, pomposamente, se auto-intitulara de Estado Novo durante várias décadas, ficariam no ar várias confusões, que, com o tempo iríamos descortinando... E só por milagre poderia ser de outra forma, porque toda uma vida sem formação adequada no que à política dizia respeito, haveria de criar falhas de difícil recuperação, que foram sobrevivendo no tempo e continuam a pesar bastante na sociedade portuguesa!...
  • Algumas coisas foram feitas no pós 25 de Abril, mas depressa se percebeu, que se começaram a instalar outros interesses a partir do momento em que começava a ser notório, que, alguns partidos políticos, passaram a ser coutadas de certos grupos comprometidos com conhecidos grupos económicos... A partir do início dos anos oitenta, notava-se, que uma boa parte das gentes trabalhadoras, entrara já numa espécie de comodismo, ao "desligar" da coisa pública e limitando-se, em boa medida, a frequentar os actos eleitorais, que, curiosamente, acabavam por eleger sempre os mesmos partidos e uma ou outra cara "nova" com receituário igualzinho, ou, pior ainda, com práticas de governação bastante idênticas e em alguns casos para pior... Entretanto, o mundo financeiro ia sofrendo algumas alteracções e a médio prazo a coisa má aporta por este rectângulo e vem ao de cima todo um cenário de pesadelo, que quase "esmaga" o mundo do trabalho, em contraste com todo aquele mundo de facilidades ostentadas pelos tais grupos de espertalhões, que de forma descarada vêm para as televisões, jornais e revistas, jurarem de pés juntos e mãos levantadas para os Céus da sua "inocência" e do muito que este País lhes ficara a dever...Ou seja, nunca passaria pela cabeça dos melhores cérebros nacionais, que Portugal teria talentos de tamanha estirpe nas áreas da encenação e da representação, do melhor que tínhamos visto em Shaskespeare ou em Godot... Claro, que não se trata de pioneiros na arte de representar, bem pelo contrário, porque sabiam de antemão que o trabalho de sapa, matreiro, já havia sido feito ao longo dos anos e garantia-lhes uma total segurança, que está à vista e que nada de mal lhes iria acontecer...
  • Ao contrário, todos os dias, milhares de pessoas, que dedicaram toda a sua vida a um trabalho de forma digna e séria, vêem-se atirados para o lote da classe dos desempregados, sem saberem como e quando irão sair de tal pesadelo... 

sábado, 26 de maio de 2012

RECTÂNGULO ARMADILHADO!

Já podemos começar por tirar algumas conclusões sobre o nosso país que é Portugal e especificamente sobre as sociedades portuguesas em que estivemos inseridos desde o final dos anos quarenta, mais propriamente desde o pós-guerra (1939/1945).
Éramos um país essencialmente rural e pouco desenvolvido, com quotas elevadas de analfabetismo e de carências várias a que o regime ditatorial não punha mão, por ser excessivamente centralizador, na ânsia de manter um Estado forte (dentro do possível), procurando não largar de mão as suas colónias, coisa que já vinha sucedendo com outras potências colonizadoras europeias. Os resultados dessa política caseira e isolada são sobejamente conhecidos, desde o despoletar duma guerra interna para não perder as colónias e que viríamos a perder à mesma, sem honra nem glória...
No plano interno os orçamentos foram sempre apertados e sem quaisquer necessidade de explicações, porque nem sequer eleições existiam com regularidade e quando as havia, eram completamente manipuladas e em proveito do próprio sistema ditatorial! Era o que mais faltava, uma oposição, qualquer oposição, vir a ganhar umas quaisquer eleições naquele Portugal amordaçado, como já escancararam em livro com alguma propaganda à mistura...
Esta manipulação premeditada deu diversos tipos de resultados, que, com o tempo, foram subindo à superfície, como acontece com o azeite, que, assim que pode, logo se liberta da água!Os sinais exteriores de riqueza não eram muito visíveis, mesmo nas famílias que o eram de facto... Claro, que até teriam o seu automóvel, mas que só retiravam da garagem de onde em onde... Era preciso andar mais uns vinte quilómetros para nos depararmos com outra família aldeã que tivesse um nível equiparado ao da família anterior; estamos a referir-nos a famílias cujo rico património passava de geração em geração, que procuravam investir o menos possível, geralmente com terrenos de lavradio, sempre cultivados por caseiros pobres e dispondo ainda de vários terrenos de pinhal bravio, que iam acumulando com a compra de outros do género, porque os seus donos, geralmente gente pobre, lá iam vendendo quando a necessidade apertasse... O resto da populaça, vivia ou sobrevivia de salários de fome, com a agravante da maioria dos casais ter um número de filhos que em muitos casos chegava aos dez!... Tudo isto nas "barbas" da Igreja Católica que não só aprovava, como ia benzendo com umas rezas pelo meio... Alguma industria, entretanto, iniciava por cá o seu aparecimento, sobretudo vinda dos países da OCDE a partir da década de sessenta e que o regime lá ia aceitando, porque o esforço de guerra era enorme, e, via-se, que ia desfalcar o Tesouro aferrolhado durante tantos anos de míngua!     (Continua) 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ESPERAR PARA VER!

Passaram trinta e oito anos desde que os militares desapossaram o regime ditatorial que vigorava em Portugal! Depois daquela data foram dados vários passos, uns mais acertados que outros, por sucessivos governos e diferentes chefes de Estado... Um desses passos, nunca referendado sequer, seria a integração europeia, que viria a dar-se ainda nos anos oitenta, culminando mais tarde com a adesão à moeda única europeia no ano de 2001.
Ao chegarmos a Abril de 2012 e olhando para a sociedade portuguesa e até para a Europa, percebe-se, que a partir de 2008, mais precisamente, começaram a surgir problemas sérios na sociedade portuguesa, mas também em vários países europeus!
Não é o único, infelizmente, mas o desemprego, que não pára de aumentar, será sem dúvida a chaga maior, porque atinge toda a sociedade portuguesa, ao mesmo tempo que os governos tomam medidas drásticas e restritivas de redução de subsídios de vária ordem e que não são a solução, porque as falências das empresas não páram de aumentar e não há investimento produtivo. O desemprego é ainda maior nos jovens, uma boa parte com cursos médios e superiores que vao procurando na emigração o tal emprego, que por cá já não conseguem... 
Numa situação destas, nota-se uma grande divisão na classe política e uma grande falta de confiança nessa mesma classe política por parte dos cidadãos!
Chegados aqui, o que vemos?!... Uma classe política, que não assume os erros, melhor dizendo os seus erros, não tem uma visão de futuro que se entenda e se limita a levar por diante as medidas, que uma certa Europa (leia-se Alemanha), lhe vai ordenando em pacotes, sem fim à vista e de cujos resultados muitos duvidam, tendo em vista o que sucedeu na Grécia!
Os cidadãos portugueses sentem o que lhes está a suceder, porque vêem como a realidade tem alterado para pior, mas sentem que não têm soluções e tardiamente acordam como que dum pesadelo. Muitos deles, viveram neste sistema democrático convencidos de que bastaria ir às urnas duma forma regular e que acabaria por aí a sua grande responsabilidade! Uma boa percentagem, nem isso fazia, por razões várias, todas elas pouco condizentes e adversárias dum sistema, que vive e sobrevive melhor ainda, se sentir, que, as suas raízes, vão alimentar-se com regularidade nos espaços em que os humanos se movimentam.
Aquelas ideias feitas mas erradas, que a política só interessa aos políticos e a mais uns quantos, que não têm mais que fazer, só vêm pôr a nu as fragilidades dum povo que foi muito castigado num passado não muito longínquo por uma ditadura matreira e que contou ainda com apoios - ninguém sobrevive isolado - fundamentais, um deles, duma Igreja Católica para quem uma certa ignorância popular daria também muito jeito...
Para o bem e para o mal, os governos comprometeram-se com uma parte da Europa e por conseguinte a situação é bem diferente daquela que existia em 1974! É certo que o projecto europeu ainda está longe de ser concluído - pensamos nós - e mal foi começado, porque ainda as nações e os povos mantêm as suas identidades próprias, ou seja, um alemão é um alemão e um português continua a sê-lo, visto de dois pontos: o histórico e o cultural.
Todavia, por falta de visão política e de algum rigor - pechas visíveis à vista desarmada - o nosso país tem vindo a pôr-se a jeito para que de fora, neste caso da tal Europa mais rica, surjam medidas cada vez mais drásticas e que acabam por castigar uma grande parte da sociedade portuguesa, sabendo-se que uma outra parte se vem preparando para não ser afectada, ou seja, já se percebeu quem não quer alinhar nos sacrifícios!
Neste momento desconhecemos duas coisas importantes e que o futuro não deixará de vir a mostrar com toda a certeza:
a)- Para onde caminhará o projecto comum europeu e como caminhará, para já é uma incógnita...
b)- Que caminhos vão os portugueses e os seus responsáveis seguir no futuro para tentarem resolver alguns dos seus problemas mais sérios!... Será na Europa ou será fora da Europa?!
Vamos ter de esperar para ver!...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

CADA TIRO CADA MELRO!

Não é que não estejamos habituados! Só que não nos conformamos com certas coisas que vão sucedendo dentro deste pequeno país... Toda a gente costuma dizer :« O exemplo deve vir de cima!», como se não pudesse vir também de baixo... O grande equívoco é mesmo esse, porque quase sempre os exemplos apenas vêm de baixo, dos que não ocupam os lugares de maior destaque na sociedade portuguesa!Também será por algum medo, uma certa vergonha ou até falta de oportunidade, talvez, - sabemos isso - mas também por quererem manter o bom nome que têm, seja na família, na aldeia, na vila, no local de trabalho e duma maneira geral na sociedade! E essa forma de estar, merece ser enaltecida, porque começa a notar-se um certo cansaço, alguma impaciência, até porque a comunicação social não pára de divulgar logo nas primeiras páginas dos jornais e revistas de peripécias grotescas, quase aberrantes, porque trazem à tona os tais nomes sonantes da nossa sociedade... E com que exemplos?!
Desta vez mais um caso caricato a merecer a nossa reprovação, porque justamente divulga um comportamento inadmissível de quem já ocupou todos os cargos de maior responsabilidade na vida política portuguesa! O facto de Mário Soares ter sido presidente da República, dá-lhe direitos diversos que os outros portugueses não têm, mas, por isso mesmo, uma maior exigência nos seus deveres, coisa que parece não ter aprendido ao longo de uma vida já um pouco longa!... Ninguém tem o direito de vir para uma auto-estrada rodar a 199 Km/hora e por essa infracção terá sido multado por quem fiscaliza este tipo de comportamento! Mas há mais:- Dizem as autoridades que tomaram as tais medidas drásticas no referido caso, que o senhor em causa terá sido mal educado, na forma como reagiu à multa e que teria mesmo dito que a multa respectiva, punitiva do excesso de velocidade, iria ser paga pelo próprio Estado Português!.. Afinal, há aqui várias falhas deste personagem, a começar pela afirmação gratuita de quem iria pagar a multa respectiva, porque não consta nem podia constar que seria o Estado a pagar multas, sejam elas quais forem, ou será que nem essa regra é cumprida?! É evidente que nos tempos de vacas gordas, o oportunismo campeou a todos os níveis e vai de ceder Mercedes e combustível, chaufer, secretária a tempo inteiro, deslocações e tanta coisa mais pagas do bolso dos contribuintes, mas não iriam prever também as multas, que são infracções!... E isto é tanto mais grave, porque vem de pessoa formada em direito, cá na santa terrinha, mas não vale a pena, porque a vergonha já há muito que não mora cá! Nem é sequer atenuante, dizer que vinha para uma reunião importante para o Porto, que estaria atrasado e que dera ordens ao motorista para "apertar" com o Mercedes, que pelos vistos estará matriculado no Ministério das Finanças... Isto só agrava e não desculpa, porque se saísse uma hora mais cedo não teria tido necessidade de mandar "apertar" daquela forma com o Mercedes que pertence, afinal, ao Estado de todos os Portugueses!...
Quero acreditar, que nem todos se portarão com tamanha arrogância, mas fico a pensar que tivemos um grande azar de não termos por cá homens com a dimensão dum Nelson Mandela, que quando viajava ao serviço do Estado Sul-Africano ia ao ponto de fazer a cama do hotel em que pernoitava... Fazia-o, devido ao hábito que adquirira nos vinte e seis ou vinte e sete que levara de prisão - era a explicação que dava Mandela - mas que se saiba, também não houve portugueses presos no tempo da ditadura?!...
Vamos procurar melhor e com mais afinco até encontrarmos por cá outros e melhores exemplos, mas até agora não temos tido grande sorte, porque tem sido:- "Cada tiro, cada melro!"

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ALGUNS VÍCIOS QUE RESISTEM NA CABEÇA DOS PORTUGUESES!


Não há um consenso generalizado... Entre os que conhecem a história e a nossa sociedade, uns dizem que sempre fomos um povo que soube dar a volta nas horas mais difíceis e apontam até exemplos diversos, de alguma heroicidade, enquanto outros, lá vão dizendo que isto já não é novidade e que volta e meia lá caímos em situações pouco recomendáveis, confusas e até conflituosas, mas que acabam por ser ultrapassadas, com esta ou aquela ajuda externa, só não dizendo nunca, os custos que foi preciso pagar, como se não fosse coisa relevante... Claro, que foi e será sempre relevante e qualquer criatura com os pés assentes no planeta sabe, que nas contas do deve/haver, todos os países querem ganhar para si os louros e os proveitos e quem determina na maior parte das vezes será aquele que estiver na mó de cima!... Nunca nenhum estadista cá do burgo se deu ao cuidado de nos informar acerca do deve/haver dessa tão apregoada aliança com a velha e matreira Inglaterra, mas, o que se ficou a saber com o célebre mapa Cor de Rosa, ali por meados do século dezanove, onde "reza" o essencial duma amizade fingida e interesseira, porque nós, os portugueses, podemos não ser o melhor povo do mundo, mas temos insatisfação e audácia que até daria para vender aos ingleses, mas estes, que sabem usar melhor a cabecinha para raciocinar e só depois agir, mesmo que seja para tramar o seu amigo, preferem ficar à espera, que os abnegados portugueses ou outros avancem, esperando de seguida pelo momento mais oportuno para aparecer e dar o golpe fatal... Ainda há pouco, tem ainda poucos anos, quando acenaram aos deslumbrados novos dirigentes portugueses com a possibilidade de entrarmos na dita CEE, nem quiseram pensar duas vezes e muito menos auscultar a opinião dos restantes portugueses, apressando-se a dar o SIM, como se fôssemos descobrir novos caminhos, agora para a Europa dos países mais ricos e onde mais uma vez iríamos encontrar os velhos e "amigos" ingleses, que, como todos sabemos, até quiseram ficar de fora do euro, deixando vir ao de cima, mais uma vez, toda a sua astúcia de mercantilistas... Não era novidade, que sempre padecemos de alguns tiques, mas, desta vez, chegamos a crer que iríamos pôr de lado alguns dos defeitos mais graves com a chegada de Abril!... "Santa ingenuidade a nossa", aliada à falta de experiência, porque uma data tem o seu valor histórico, mas nada mais que isso... Regra geral, os portugueses gostam de se iludir com as aparências e se for alcançado um lugarzito na função e que dê alguma visibilidade, tanto melhor, porque o mais difícil foi dar início a uma caminhada com que nem sonhariam, mas se apareceu, vão aproveitá-la de imediato, mesmo que nem sequer haja mérito, há que desfrutar e ficar com muita atenção, porque poderá surgir de seguida um lugarzinho um pouco melhor, sendo certo que os amigos A e B não deixarão de dar uma mãozinha nesse sentido!... A regra terá sido essa, porque se o país está a ser bem conduzido ou se vai a caminho de se estatelar num grande buraco não vem para o caso, porque todos os cinco sentidos estão apontados na tal carreira individual de sucesso!... Ou seja, a táctica individual - se é que havia táctica - pode ter começado um pouco por baixo no organigrama, mas, espera-se com sofreguidão uma e mais subidas, que seria bom não estacionar como deputado de um parlamento, que "foi chão que já deu uvas" - pensam os espertos - e no mínimo dos mínimos chegar a ministro, e, dali é só mais um "pulinho" para gestor dum dos grandes bancos ou das grandes empresas por cá sediadas... Um caminho diferente, ainda não foi feito nem sugerido para senhores tão "eruditos", talvez, por se sentirem solidários por um provérbio popular português que diz textualmente :« Para trás mija a burra!...» Estes senhores, todos sem excepção, vão morrer sem perceber o essencial e que desprezaram com todas as forças que tinham ao dispôr, apesar de disporem de tão boas oportunidades para deixar bons exemplos a um pequeno país como Portugal e que deles (bons exemplos) necessitava como do pão para a boca... Como foi possível, termos tido vários presidentes, milhares de deputados, ministros e presidentes de Câmara, que nunca se esqueceram de esgotar os mandatos como aponta a Constituição, e, no final desses mandatos, não haver um sequer, que se tenha oferecido para se candidatar desta vez ao cargo mais humilde de Presidente de Junta da Freguesia onde reside ou mora!... Isso não irá acontecer nunca, porque mora dentro deles uma sofreguidão permanente para o protagonismo, que domina a sua mente mesquinha e vaidosa, que gosta pouco de regras - regras sim, mas para os outros - nem quer conhecer limites para a decência, mas que apreciam saborear hipocritamente os ALTRUÍSMOS do nobre povo, e, que ainda por cima, se comportam nos piores mentirosos do mundo, vasculhando todos os argumentos justificativos com o fito de enganar os menos avisados, e baralhar, se possível, os mais avisados... Por todos estes motivos, não será de prever para este belo país um caminho de felicidade possível, porque até a ESPERANÇA necessita de exemplos práticos, mas credíveis, coisa impensável nas cabeças de pessoas que à primeira ou segunda oportunidade se deixaram vencer pelos vícios e no desprezo consciente pela ética e pelos juramentos de fidelidade!


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

BARALHA-SE COM QUE OBJECTIVOS?!...

De acordo com o que tem sido escrito, ficamos com diversas ideias acerca deste povo a que pertencemos e a que não podemos dar o estatuto de jovem, porque as afirmações apontam para a bonita idade de quase novecentos anos e porque há documentos históricos que garantem termos tido esse passado histórico... Qualquer português interessado poderá conhecer os grandes momentos históricos e os piores também, porque os houve, apesar de haver muito boa gente que procure escamotear essa vertente, talvez, porque não dê lá muito jeito reconhecer erros e repetição de erros, que, ao fim e ao cabo, acabam na maior parte das vezes em prejuízo próprio e o que é pior, em descrédito perante os outros povos, que também terão a sua própria história, uma vez, que, só o facto de possuirem uma língua, personifica que terão também um passado mais ou menos longínquo, mais ou menos feliz ou conturbado... Os mais qualificados acham bem e acham até necessário, que se vá à nossa história colectiva para se compreender o que se fez de bem ou de errado, para de seguida saber quais as atitudes a tomar nos tempos que correm, mas também é verdade que não se pode nem se deve escolher fórmulas aplicadas em séculos passados para serem agora seguidas, num tempo tão diverso como o que estamos a enfrentar!... Uma boa parte de quem escreve e fala tece rasgados elogios à forma de estar e à forma de ser dos portugueses, garantindo que possuem bons valores e que até serão reconhecidos lá fora, nos países de acolhimento, e, citam até exemplos diversos, que justificam essas apreciações positivas! Claro, que há os menos optimistas e que não deixam de apontar e exemplificar com outras práticas, que fazem de nós um povo que ainda recorrerá bastante e por conveniência à mentira e à hipocrisia... Isto não será de agora, ou seja, não teria surgido com Abril, nem com o regime democrático, porque já por cá viveriam instalados e acompanhariam os sistemas políticos que nos antecederam, ou seja, o Estado Novo bem como o regime absolutista de reis e rainhas, onde só uma minoria terá exercido a sua função de forma a que pudéssemos catalogar de bem conseguido, se estivermos a analisar um desempenho pelo bem comum, coisa muito rara para quem nunca governou a pensar na arraia miúda, que era o povo... Por esse lado, as coisas mudaram bastante com a república e em pouco tempo, se tivermos em atenção as centenas e centenas de anos do tempo da monarquia em que nada mudava para quem tinha a condição de servo da gleba, um estatuto muito idêntico ao da escravatura com que outros povos se confrontaram até meados do passado século... As amplas liberdades democráticas por cá vitoriadas e gritadas após a revolução dos cravos, foram como que o limite conseguido com a democracia, esse sistema político, que já não é assim tão novo, porque terá sido obra dos gregos na antiga Grécia... Ou seja, o sistema democrático também terá a pretensão de agradar a gregos e a troianos e também será por aí que nem sempre tem tido muito bons resultados com as consequências conhecidas, até mesmo cá, neste país de brandos costumes... Actualmente, vivemos num sistema político que é ainda democrático, mas com alguns constrangimentos, que encaixam mal e que baralham muito a cabeça dos cidadãos!... Estes exemplos vêm das diversas áreas e não se pode dizer com certezas absolutas, que é mais grave na Justiça, mas o que podemos afirmar é que se vê a olho nu, que há uma justiça a funcionar com muita desigualdade, em que os mais poderosos sabem que têm as leis feitas à medida do seu poder económico!