sábado, 20 de agosto de 2011

INTERESSA É CAÇAR! SE O GATO É PRETO OU BRANCO NÃO INTERESSA!...

É indiferente caçar com um gato preto ou com um gato branco!... É um facto, que a cor não influencia o acto! Terá sido a partir da aplicação deste entendimento, que um conhecido dirigente chinês terá engendrado as suas tácticas, que viriam a impôr um novo rumo político ao seu país, depois de décadas e décadas de lutas internas, com avanços e recuos - mais recuos que avanços na óptica dos analistas - que dificultaram a escolha dum melhor caminho e das melhores soluções, de resto não podiam contar com as ajudas vindas do exterior, à espera e desejoso de aplaudir o insucesso dum novo sistema como aquele que se pretendia implantar na nova China!
Resumindo, sabe-se muito melhor hoje, que as novas medidas encontradas no plano interno por Deng Xiao Ping levaram a sociedade chinesa a desdobrar-se como pôde para conseguir outros padrões de vida e "caçando" das formas possíveis, pondo para tal a imaginação a inventar! O importante foi passar a produzir mais, e, reinventando, mesmo que fosse necessário alterar regras e pôr de lado os princípios rígidos que estiveram na base da Revolução Cultural que tanto eco alcançaram na juventude dos países ocidentais!

Seguiu-se um forte crescimento económico a partir do final dos anos oitenta e que teve continuidade mesmo depois da morte daquele líder chinês, ao mesmo tempo que uma boa parte dos países ocidentais conheceria pouco depois um retrocesso acentuado nas suas economias a começar pela economia norte americana, que devido ao despesismo bélico em que se tem vindo a meter, aliado a outros problemas de origem interna, é já o país mais devedor à face do planeta! Ao mesmo tempo, alguns dos países da zona euro como Portugal, chegaram a uma posição pouca cómoda em especial devido ao forte desemprego e pela concorrência desleal dos países com economias fortes, como a chinesa e outras da zona asiática... Como foi possível chegar aqui, é a pergunta que todos fazem, convencidos que há responsáveis, que, numa altura destas nem aparecem, e, se aparecem, será para dizer o que mais lhes convém... A partir do início da década de noventa, muitos empresários ocidentais levaram as suas empresas para a zona asiática, sobretudo para a China na mira dos lucros fáceis, a galinha dos ovos de ouro, que era o que estava a dar!... Era longe mas compensava, porque os salários eram muito baixos e as regras de trabalho que existiam nos países ocidentais, como férias pagas, 13º mês, direito à saúde e direito à reforma, ali nem sequer existiam... Foi bom para a economia chinesa, naturalmente, também foi bom para alguns milhões de chineses que enriqueceram e nem foi bom nem foi mau para muitos milhões de chineses, que, se deixaram de passar fome durante vários anos, vêem-se agora novamente sem emprego e com a fome a bater-lhes de novo à porta, porque milhares e milhares de fábricas fecharam, assim que os empresários ocidentais viraram as costas assim que a recessão falou mais alto e deu lugar às falências...

Inventaram o nome pomposo de Globalização para este período, que mais não é que a face negra de um capitalismo selvagem, porque retrocedeu no tempo e numa altura em que a tecnologia é de facto muito avançada e só uma íncorrecta gestão do sistema poderá explicar... Entenderam andar aos zigue-zagues, convencidos de que a seguir à queda do sistema soviético no final da década de oitenta, ficariam sòzinhos e vitoriosos para decidir a seu bel-prazer e meter na ordem e pela força quem ousasse discordar!... Afinal, num curto espaço de tempo, fartaram-se de fazer para desfazer de seguida, tomar medidas mais erradas que certas e até acabaram por cair na cilada que Deng Xiao Ping havia montado apenas e só para a China, com o único intuito de conseguir o básico, que seria dar de comer a mais de um bilião de chineses, porque na época referenciada havia chineses a morrer à fome!

Seria assim tão difícil de perceber, que, ao colaborar com aquela prática chinesa, iriam apenas e só ajudar e dar força a um sistema já desacreditado internacionalmente, por negar há largos anos os elementares Direitos do Homem ao povo chinês?!... De facto, só a ganância cairia numa armadilha destas! (Continua)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O QUE NOS INQUIETA NO RIO MAU DE HOJE!...

Andei a adiar, mas algum dia lá teria de ser!... Podia não tomar a iniciativa, deixar o pequeno barco rumar para onde corresse o caudal de suas águas doces - por enquanto ainda doces - e os ventos mandassem, mas esse comodismo, esse relaxe, não casam lá muito bem com a minha maneira de ser e de estar nesta vida, que foi a única que conheci, por não ter tido outra...
Mas vamos ao que importa: «... É já um hábito, que se tornou comum em muitos riomauenses, desabafar com justificada alegria - nota-se e vê-se nos olhares - que Rio Mau foi no passado e é ainda hoje um Alfobre de Talentos!... Curiosamente, logo de seguida, ficam-se por aí, como se o dever fosse cumprido na íntegra e como se não houvesse mais nada a fazer... Numa sociedade aberta e plural como é aquela em que vivemos, isso não chega e é mesmo insuficiente ficando àquem, muito àquem dos mínimos aceitáveis... Nestas coisas não há regras bem definidas, mas somos levados a pensar, que não sendo por mal que estas coisas acontecem, tem como resultado um desleixo cultural que causa calafrios só de pensar nos efeitos negativos que resultarão para o futuro cultural destas gentes, que há algumas centenas de anos por aqui se foram instalando, por entenderem que seria no sopé desta bendita serra da Boneca que seriam capazes de criar as condições necessárias à continuidade das suas vidas e que valeria a pena todos os sacrifícios!...

Hoje, todos sabemos, que, sem facilidades, Rio Mau se foi transformando ao longo dos tempos e que suplantou mesmo freguesias à sua volta com algum gabarito e que reparavam na pequenez física de Rio Mau com algum desdém... Estas coisas acontecem com toda a normalidade sem ninguém as assumir, serão próprias de bairrismos, que, se não forem exacerbados, não trazem qualquer mal ao mundo e até ajudarão a adquirir um certo brio colectivo, que, de outra forma, nem seria fácil de arranjar!

Voltando ao tema, que reputo de transcendente importância, para vincular a opinião de que o reconhecimento público das figuras riomauenses, que se destacaram na cultura e no desporto no passado ainda recente, merece outra visibilidade, que não esta que tem sido dada, que me parece um tanto tímida e insuficiente... Sem ofensa e porque gosto de ser justo, parece-me, que na nossa linda e próspera aldeia se esqueceram ou puseram de lado os padrões de grandeza de outrora para se assimilar, ou se nivelar, pelos valores de grandeza de aldeias vizinhas que vigoraram no passado e que conhecemos melhor!...

A minha grande preocupação - poderá não ser só minha - reside no facto de perceber, que, este contágio negativo, irá passar para a actual e futura gerações, embora tenhamos também a certeza, de que aconteça o que acontecer, nada nem ninguém, poderá impedir Rio Mau no futuro de continuar a ser um Alfobre de Talentos!»

Nota: Este texto é uma cópia do que publicamos no Mural de Rio Mau em Movimento.