quinta-feira, 21 de julho de 2011

"OS ESPECIALISTAS"!

A informação falada e escrita ocupou sempre um lugar de destaque e que foi ganhando mais visibilidade à medida que as sociedades foram evoluindo no conhecimento e na forma de comunicar! Neste campo a evolução chegou a níveis, que, há vinte, trinta anos atrás não era imaginável... Se acrescentarmos, que nos próximos dois anos vamos ter acesso a um telemóvel, que mais parece uma pequena folha de papel, que só consumirá energia quando for utilizado e que até vamos poder guardar no interior de um livro, só vem confirmar que nesta área as invenções estão a suceder a um ritmo louco...
Ao mesmo tempo o outro mundo dos humanos não deixa de surpreender e não querendo ficar para trás, acomodado ao tradicional, não só resiste, como vai inventando umas novas formas de chamar a si as atenções das novas sociedades, ao atraí-las para as novas formas de informar! Assim, têm vindo a descobrir, que é de todo aconselhável dar resposta aos constantes desafios que surgem de todos os lados e a todas as horas... Talvez por isso, têm aparecido espalhados pelos vários orgãos da comunicação social uma camada muito razoável de comentadores, de ambos os sexos e a quem já outros apelidaram de "ESPECIALISTAS", uma vez que é nessa qualidade que abordam qualquer tema que lhes é colocado...Vão-se repartindo pelos vários canais televisivos durante os dias de semana, e, é quase certo, que terão copiado pelas televisões de outros países, porque, regra geral, é isso que acontece e, não é de crer, que surgisse desta vez a boa nova!


Entretanto, no meio de tantas análises e de "tanto saber", é muito estranho que nunca tivessem previsto alguns dos factos que ocorreram cá dentro de portas e também lá fora:


a) A grave crise do sistema que começara nos Estados Unidos (subprime) e que de seguida afectaria a Islândia, que era considerada uma economia até muito estável e um pequeno oásis, lá bem no norte europeu...


b) As recentes convulsões nos diversos países do Norte de África com os seus povos a pretender afastar ditaduras com mais de trinta anos e que pareciam estáveis...


c) A grave crise económica e financeira que se abateu sobre o nosso país a partir de 2008 e que foi responsável por um record histórico no desemprego de que não havia memória!...


Não dá para perceber como estes "especialistas" com chorudos vencimentos e que fazem questão de ter a resposta que mais interessa espalhar para a opinião pública, se vêem ultrapassados e desacreditados assim que os factos se tornam indesmentíveis! Não farão parte de um jogo em que o essencial será previamente acertado?!...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Bela Cidade da Boneca em 2063!

Este empreendimento mineiro na serra da Boneca conta com um efectivo de trabalhadores que oscila entre os trezentos e os quatrocentos trabalhadores... Esta média de trabalhadores directos tem vindo a manter-se desde 2016 e esta estabilidade teve como consequência um crescimento económico e populacional, que a região nunca conhecera no passado, e, sabe-se, que foram criadas à sua volta, outras pequenas empresas na área dos transportes, metalurgia, restauração e serviços!
Por falarmos na região, há aqui um dado curioso, que convém não esquecer e que é muito comentado pelas populações ribeirinhas... No século passado, as minas de carvão do Pejão, eram o grande empregador de grande parte da mão de obra das populações da margem esquerda e direita do rio Douro; esta realidade fazia com que a mão de obra oriunda de Melres, Rio Mau, Sebolido e de outros lugares, tivesse de atravessar diariamente o rio Douro. Após o fecho daquela empresa mineira em 1994 e com a abertura das minas na Boneca em 2012, passou uma boa porção de trabalhadores de Pedorido, Oliveira do Arda, Folgoso e Raiva a ter de atravessar o mesmo rio, porque a situação se invertera... Quem havia de dizer!

Na base da serra da Boneca as transformações ao nível do urbanismo foram tomando uma forma dinâmica, que já vinha de trás, quando em 2012 se fundiram as duas freguesias numa só, para dar cumprimento ao novo decreto, que apontava para a extinção do número de freguesias. Nessa altura a nova freguesia da Boneca foi consensual, por corresponder a uma realidade visível no terreno, já que se tornara muito difícil distinguir, onde terminava exactamente Rio Mau e começava Sebolido... E a serra apresentava-se como uma solução que vinha unir e não o contrário!

Era inevitável, que a nova e grande freguesia da Boneca iria sofrer um grande impulso e crescer para o único sítio possível, entre as proximidades do pequeno rio Mau e o lugar de Moreira, um pouco afastado para oeste e pertença já do concelho de Gondomar! O imenso e ordenado casario que em 2028 era já ali bem visível, era fruto da solidez que a empresa mineira em boa hora viera proporcionar a esta boa gente do Baixo Douro!

terça-feira, 5 de julho de 2011

A BELA CIDADE DO DOURO EM 2063! (4ª Parte)

Este projecto mineiro na serra da Boneca para ser rentável, previu logo à partida um conjunto de situações, que seriam aceites pelas partes envolventes e que pouco ou nada tinham a ver com outros projectos mineiros conhecidos e de que restam ainda algumas memórias... Desde logo, porque os processos de trabalho não seriam os mesmos que foram utilizados nesses tempos, devido às tecnologias introduzidas e que possibilitarim a introdução de máquinas sofisticadas, com capacidade para romper nas galerias sem ter que recorrer aos ancestrais processos do dinamite, que tinham inconvenientes vários, sendo de destacar um dos principais e que dava origem à Silicose, a doença mais grave neste género de indústria, que derivava da falta de boas práticas de segurança e que foi responsável pela morte prematura de milhares de mineiros no século passado!...
Isto significava também uma maior produtividade, já que era possível, aplicar nas várias frentes outras tantas máquinas, que trabalhando de forma autónoma, durante horas seguidas, e, que, só paravam, para que os operadores tomassem as suas refeições, trocassem de turno, ou ainda para as necessárias revisões às máquinas perfuradoras e obrigatoriamente às pastilhas de corte.

As velocidades de progressão destas máquinas circulares eram feitas de acordo com a dureza das rochas e dos minérios a elas associados, mas eram manobradas por operários especializados, quase todos portugueses, mas também de outras nacionalidades, europeia e sobretudo asiática, confirmando desta forma a tão discutida e apregoada globalização!...

Convém referir, que todo o pessoal contratado e com ligações à produção, trabalhava no sistema de laboração contínua, uma nova forma na indústria extractiva, porque outro sistema não seria sequer aconselhável, uma vez que quase toda o minério extraído seguia por barco com capacidades que rondavam as setenta mil toneladas e que aguardavam algumas semanas à carga no porto de Leixões, à espera que barcos de menor calado completassem a sua carga, numa tarefa de vai-vem permanente entre a Foz do rio Mau e o maior porto artificial do norte. Esta tarefa fazia com que três barcos de igual capacidade estivessem destacados para esta tarefa marítima entre o nosso país e a República Popular da China... O contrato também previa, que aqueles cenários degradantes de entulheiras, tão comuns junto das explorações mineiras não tivessem lugar neste empreendimento!... Todos estes desperdícios eram aplicados nos mais diversos projectos, desde estradas, pontes, edifícios, obras de defesa da costa marítima e em outros projectos similares. Estas rochas já trituradas, saíam para o exterior das minas através dum segundo Poço Mestre, para não colidir com a produção de minério propriamente dita, que saía pelo Poço Mestre de maior visibilidade e interesse, por ser dali que saía o minério bem mais valioso! (CONTINUA)