segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A ÚLTIMA ROSA!


Desde o mês de Outubro que andava intrigado com o que via no meu jardim!... A curiosidade nasceu por me ter apercebido de que as roseiras estavam a resistir bem nos meados do Outono, aliás, como é habitual, mas uma novidade aparecia pela primeira vez! Os botões sucediam uns a seguir aos outros e não davam sinais de parar e assim continuou por Dezembro dentro e o facto aguçou a minha curiosidade e procurei saber se o insólito estaria a suceder nos demais jardins desta vasta zona do litoral nortenho! Foi então que me apercebi, que em todos os jardins o "fenómeno" era do mesmo teor e veio-me à lembrança muito do que tem sido dito e comentado por cientistas, que, vão avisando, haver sinais claros de que no nosso planeta estarão a dar-se alguns acontecimentos - e citam o degelo das calotes polares - que irão provocar alterações significativas nos climas que conhecíamos como estáveis e que nem sequer sonhávamos que até poderiam eventualmente mudar nas quatro estações definidas há largas décadas...
Naturalmente, que a quase generalidade das pessoas gostam do que é belo e as flores estão no rol do que de mais bonito acontece nos jardins e fora deles, porque é comum ver nos campos e até nos montes de baixa altitude, sobretudo junto às margens de rios e ribeiros uma variedade de plantas e arbustos autóctones, que, na altura de florir, transmitem cores alegres, algumas bem berrantes, que vão do vermelho ao amarelo mais torrado, passando por tons de rosa mais claro e por diversos tons de azul, bem bonitos por sinal, embora o branco apareça em tudo quanto é lugar, mas sem dar tanto nas vistas... Diz quem sabe, que esta Natureza das plantas e das flores, não se veio instalar por cá para satisfação do Homem, mas que o fez muito antes para ir ao encontro das necessidades das aves e dos insectos, e, porque teria também interesse, nos serviços que estes lhes poderiam prestar!... Se for o caso, nada a dizer e que se entendam como sempre fizeram, aliás, fazem-no e bem, há milhões de anos...
Como chegámos ao planeta muito recentemente podemos desde logo inebriar-nos com tanta cor à solta, ao perto e ao longe, desfrutar dos sabores e dos cheiros e só não aproveitamos de mais benefícios por falta de conhecimentos duma flora, que não sabe comunicar connosco e que será o grande obstáculo para que se fizesse mais cedo luz e com proveitos para ambos os lados, e, possivelmente, com mais vantagens para o lado dos humanos.
Os nossos amigos dos blogues pouco dizem sobre estes temas comportamentais da flora e só o Virgílio "vibra" a sério com as coisas do ambiente e as fotos confirmam-no! Será dos mais ecléticos pela variedade de temas, e, até o vimos preocupado, com os restauros do interior das capelas e dos altares! Digno esforço deste homem que já foi marinheiro e que em terra também gosta de cumprir e "chateia-se", porque outros não cumprem!...
O Carlos e o Valdemar Ferreira têm médias muito altas de produtividade, verdade seja dita, mas os temas sobre a nossa sociedade ocupam-nos permanentemente e não é possível chegar a todo o lado! Melhor é quase impossível...
O Eduardo Nunes que muito nos teria a contar do Alentejo, além das anedotas, claro, porque já só vive as "boas memórias" por ter deixado um pouco cedo aquelas terras a que alguém chamara "o celeiro de Portugal", mas que se ficaram pelas intenções, infelizmente ainda sem cumprir...
Do Agostinho Verde apreciamos os poemas e o jeito para a sátira bem construída de raiz e que "não dá ponto sem nó" ao não deixar o objectivo por definir ou dúbio... Temos imensa pena de não podermos contar mais com a sua escrita, mas haverá razões e só teremos que as aceitar.
Se somos ou éramos um país de marinheiros teremos de os ter espalhados pelos cantos todos da Terra, não para segurar o Império, mas para cumprir com a missão que os novos tempos exigiram deles! É assim com o Artur Leiria e com o Valdemar Alves, bem distanciados um do outro, mas com a genica dos antigos marinheiros, que, nota-se e bem, pelo que vamos lendo!...O Artur Leiria porque gosta de comunicar, arranja ainda algum tempo livre e sente-se que não tem espartilhos e essa faceta coloca-o à vontade para introduzir temas e pontos de vista diversos das sociedades por este mundo além e a isto é usual apelidar de diversidade e de plural... Já o Valdemar fica-se mais pelos comentários, porque não terá todo o tempo do mundo, mas diz muito em pouco espaço e é fácil perceber que temos ali um homem com uma real história de vida para nos contar que deixaria alguns de nós um tanto pasmados e quase incrédulos!...
Bem, mas o que me trouxe até vós, se estais lembrados, foi a "última rosa" que lá continua no meu jardim, agora um pouco mais aberta e virada ao nascente, como que a ensinar, quem ainda não sabe, que é dali, daquela banda, que chega a luz e o calor, a fonte que está na origem da vida de tudo o que nasce neste planeta e a roseira-mãe sente, que a sua última flor irá perder-se muito em breve, mas traz dentro de si a esperança de que lá para Maio próximo o ciclo irá repetir-se e os botões de rosa, sempre vermelhos, surgirão sequencialmente, e, já agora, ficamos curiosos e à espera que no final de Dezembro do próximo ano, tenhamos no jardim não uma rosa, mas duas lindas rosas vermelhas!...

Nota: Se fosse possível enviava aos meus sinceros amigos a última rosa do meu jardim!...