sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pedorido visto do rio Douro! 6ª Parte



Isto é muita emoção para tão poucas horas! Ainda saboreávamos o paladar deste "novo" Pedorido e de seguida caía-nos bem à nossa frente a bonita e solarenga aldeia de Rio Mau, que já compararam com terras bem distantes... Quanto a nós, Rio Mau só é comparável consigo própria, porque é única e tem o seu próprio padrão! Seria como comparar este Douro navegável com o rio Tejo, que não são comparáveis, de forma alguma! O Tejo orgulha-se do grande estuário e de ser como que o anfiteatro natural da grande capital, mas o Douro "arrasa" com a sua identidade própria, que todo o mundo reconhece e já considerou património mundial! Penso para mim, que cairmos na tentação das comparações, estaríamos, talvez, a ir atrás dum qualquer sentimento de inferioridade, ou de coisa semelhante, que não faria sentido algum...
Acentuemos, isso sim, a componente humana do povo desta terra, que no seu todo, sempre se distinguiu pelo apego e amor à sua terra, e, que, quanto a nós, estará na base do que é muito justamente comentado como um sucesso colectivo!
De referir que em 1950, a pequena aldeia de Rio Mau era um pequeno lugar, onde só lhe conhecíamos uma pequena e artesanal oficina de colmeias, uma agricultura pobre e de subsistência e com gente humilde e bem disposta, que soube encontrar nas minas de Germunde, nos rabões da Carbonífera, na pesca no Douro e até na emigração, a forma honesta para a sobrevivência e para "mais altos voos"! A coesão deste povo decidido, viria a dar os frutos que estão à vista, e, sem desprimor, por quem quer que seja, entendemos da maior justiça, relembrar aqui, a figura e os exemplos de trabalho do saudoso padre Manuel que ainda conhecemos no final dos anos quarenta, éramos ainda uma criança!
Há um pormenor que ainda hoje transportamos connosco rio acima e para o qual ainda não conseguimos encontrar resposta convincente... Em boa verdade, desconhecemos em absoluto, se foi a coesão deste povo que "ganhou" o padre Manuel, ou, se, pelo contrário, teria sido a forma de estar no mundo daquele abade que "conquistou" toda aquela gente!... Ou seriam as duas coisas que se conjugaram? Será que alguém sabe?!...
Tudo isto, acudia em catadupa à mistura com recordações de factos de vária ordem e vividos no final dos anos quarenta e que tiveram continuidade até aos magníficos anos sessenta e que fizemos questão de "armazenar" com todo o carinho, porque fazem parte das nossas boas recordações e dos melhores exemplos que queremos perservar até ao fim!... É nesta fugaz volta pelo passado, que nos faz esquecer por largos momentos o realismo das paisagens durienses, mas às doze horas, fomos "acordados" através do altifalante para que descêssemos, porque ia ser servido o almoço... Apesar de Rio Mau e Pedorido terem ficado já para trás, fiquei só no exterior do Pirata Azul a digerir as emoções e convencido de que nenhum dos acompanhantes terá suspeitado das nossas raízes e deste nosso envolvimento a toda esta região do Douro!

- Um grande abraço para os nossos conterrâneos de Rio Mau!

Nota: Esta é uma cópia do post que publicamos no blogue PEdorido.com

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