quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dialogando com o nosso Rio!... ( Parte 4 )

«Queria começar por vos dizer que sabemos que estais muito interessado em conhecer as "nossas memórias", porque sabeis, ou imaginais, que teremos muito para vos contar, e, até creio, que não devemos estar enganados, se vos disser, que andareis mais interessado nas novidades actuais, nessas fofoquices, que duma forma ou de outra, se dizem, aqui e acolá, que, nós rios, preferimos ignorar, embora estejamos sempre por aqui, entre estas duas margens, e, nem sejamos achados para nada, habituámo-nos a saber conviver com todas as criaturas, humanos e outras, porque sabemos que temos a cumprir com o nosso grande objectivo, e, que, custe o que custar, ninguém nos irá impedir de completar o ciclo da água, que, no nosso caso, será trazer o nosso curso de água desde a nascente à foz, aqui junto desta linda aldeia de Pedorido!
O nosso rio maior, nosso respeitável pai, saberá dar continuidade ao que nós iniciamos e sempre o fez com toda a dignidade, levando as nossas águas e de outros até aos braços do mar Atlântico, e, nós gostaríamos, que as gentes ribeirinhas de que fazeis parte soubessem mais a nosso respeito, porque temos uma grande experiência de vida e não tendo uma inteligência à altura da vossa, estamos fartos de saber que grande parte das vossas gentes mal nos conhece, e, nós sentimos uma espécie de tristeza, que não é igual à vossa, mas que é muito sofrida, que se confunde com as nossas águas, e, será por isso, que vós nem dareis pelo fenómeno!... Essa espécie de amargura - podeis tomar nota - reside no facto de termos a noção de sermos um rio pequeno, que mal vem nos manuais e dá a sensação que contamos pouco, por isso mesmo, por sermos pequeno e provinciano, como se diz por cá!...
Ora, gostaríamos, que as coisas não fossem assim e que todos os habitantes desta linda aldeia de Pedorido soubessem, que começamos a nossa caminhada ali bem perto da bela vila de Arouca com um reduzido caudal inicial, a que se vêm juntar as águas de pequenos riachos, ao mesmo tempo que vamos encontrando pelo "caminho" algumas pequenas povoações, e ao fim de quarenta quilómetros, já com um caudal que não "envergonha" chegamos aqui à foz nesta vossa linda aldeia, que nos dá a visibilidade merecida!
Porque fizestes jus ao nosso pedido, ficamos a partir de agora sempre disponível para trocarmos saberes, experiências, recordações, todo o tipo de recordações, das mais antigas às mais recentes, e, digo-vos já, que, vocês os humanos, quando querem até são fixes e não vemos razão para que deixem de o ser!... » ( Continua )
-Um grande abraço para Pedorido e toda a bacia do Arda!
- Nota: Este post é uma cópia da nossa publicação no blog PEdorido.com

1 comentário:

  1. Não há General que possa Comandar se não tiver tropas.
    O nosso lindo e generoso Rio Douro tem em toda a sua extensão filhos que foi criando e numa espécie de antigamente ocorrido com os humanos que muito cedo começavam a trabalhar para assim ajudarem a minorar as fortes carências de seus Pais e essa pequena contribuíção era decisiva para as suas sobrevivências do agregado familiar.
    Também o Douro vai buscar a sua maior fonte de abstecimento que lhe permmite manter os seus caudais, mas não fosse a ajuda preciosa dos Filhotes(citando a expressão do Autor) já há muito que não seria posivel manter esse caudal tão forte e com águas renovadas.
    Mas Pai e Filhotes fazem mais:- Se nã vejamos: não só permitem aos humanos desfrutarem de belos prazeres e paisagens, desportos náuticos etc.etc. Como ainda garantirem a sobrevivência dos humanos, naquilo que no presente se gasta em enormes quantidades (A sua água).
    Tal a dádiva que não fosse essa generosidade de Pai e Filhos e desde há muito que as coisas se tinham agravado de tal ordem que estaríamos na presença de um tipo de situação que se vivia e ainda vive em Cabo Verde, onde a não existência de água em algumas Ilhas era complícadissimo.
    Sabe-se que também são as águas existentes nos rios aquelas que mais contribuem para que as chuvas caiam no soloportuguês e no caso concreto no nosso Douro, que assim abastecemos comela, o Grande Porto, Gaia, Santa Maria da Feira,mesmo que a estas o Rio lhes pertença e Espinho etc e tal.
    Mas a ingratidão humanos e quando deveria ser sua obrigação Moral e Cívica protegerem estes amigos da Humanidade: Desferem-lhe rudes golpes. Muitos dos quais de cicatrização quase impossivel.
    Mas cada vez são mais aqueles que se batem pela defesa intransigente destas importantes benesses da Natureza e como os Rios são Eternos, jamais lhe conseguirão dar o golpe fatal, como muitos desejariam em troca do lucro fácil.
    Devem todos aqueles que nutrem por esta relíquia de Paixões e Amores tudo fazerem para que parem de vez com os Rudes Golpes e as facadas assassinas.
    Não me cansarei de elogiar o Autor pelo excelente trabalho e mais quando fácilmente nos é dado perceber que a sua fonte de inspiração fundamenta-se num amor profundo àquele Rio(Pai e seus dois Filhos) O Arda e o Rio Mau.
    Força, mas mesmo muita força.
    Peço desculpa ao Autor porque eu próprio movido pelo amor não consigo sintetizar o que me vai na alma e aqui transmito vindo directamente do Coração para os dedos e destes para o teclado.
    Força e deterrminação. É o que se deseja.

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