«Somos um pequeno barco saveiro, já com alguma idade, mas quem olha para nós não ficará com uma ideia do nosso historial, que surge do rio mais antigo e que trazemos na memória!
O facto de nos encontrarmos aqui parados na Lingueta tem a ver com os tempos actuais, onde até a pesca é bem diferente de outros tempos não muito longínquos, e, que, estiveram na origem do nosso aparecimento. Era a época dos areais dispersos ao longo de ambas as margens do rio Douro, ora na esquerda, ora na direita e que os nossos inventores tiveram o cuidado de perceber, para a seguir poder transformar a ideia num barco de características adequadas às múltiplas tarefas, que as gentes ribeirinhas tinham para lhes atribuir! Foi assim que quem teve a felicidade de acompanhar o nosso desempenho como barco, ao longo do tempo e dos diferentes tipos de caudal, que o Douro ia proporcionando, concluiu que estava encontrado o barco que melhor serviria e mais ninguém pensou em outros inventos para os nossos afazeres.
Acontecia, por tudo isto, que os donos mais cuidadosos, tinham com os seus pequenos barcos cuidados primários ao reforçarem toda a calafetagem, assim que achassem necessário e até a pintura era retocada em todo o exterior de dois em dois anos, porque um barco novo representava um preço muito elevado, enquanto uma boa manutenção dava todas as garantias para muitos e bons anos de actividade, umas vezes no transporte das gentes ribeirinhas entre ambas as margens, ou ainda nos vários tipos de pesca,- muito similares - que se levavam a cabo desde o areio de Melres, passando pelo de Pedorido e tendo boa continuidade um pouco acima no grande areio d´Hortos!... ( Continua )
Acontecia, por tudo isto, que os donos mais cuidadosos, tinham com os seus pequenos barcos cuidados primários ao reforçarem toda a calafetagem, assim que achassem necessário e até a pintura era retocada em todo o exterior de dois em dois anos, porque um barco novo representava um preço muito elevado, enquanto uma boa manutenção dava todas as garantias para muitos e bons anos de actividade, umas vezes no transporte das gentes ribeirinhas entre ambas as margens, ou ainda nos vários tipos de pesca,- muito similares - que se levavam a cabo desde o areio de Melres, passando pelo de Pedorido e tendo boa continuidade um pouco acima no grande areio d´Hortos!... ( Continua )
Nota: Cópia do post publicado no blog PEdorido.com
Sim a total solidariedade e partilha entre os pescadores e gentes ribeirinhas começava por aqui, que não sendo pescadores viviam próximo das margens.
ResponderEliminarTodo o transporte era feito pelo rio e sempre que alguém precisa pelos mais variados motivos de ir de uma margem à outra; sempre o barco era emprestado e quando o necessitador não sabia remar o proprietário do saveiro ou Balboeiro, "como também é conhecido" se disponibilizava a fazer a travessia.
Deve-se muito ao Barco com as dimensão de 7m10cm o contributo de viver em comunidade.
Construíram a Barragem Lever/Crestuma e como primeiras medidas tentadas a proibição de pescar com redes " preferindo que os peixes se comam uns aos outros" infelizmente esta é a constatação de uma indesmentivel realidade e claro o de acabar com este meio de transporte para mais fácil se tornar os desportos de barcos de fibra motorizados. A prová-lo é que são impostas detreminadas exigência a este tipo de embarcação que levam a que a grande maioria opte por outro tipo de embarcação.
Há uns tantos que por amor e Paixão ainda vão mantendo alguns, mas o seu fim é seguramente uma dado consumado.
É este os interesses defendidos em nome do progresso CEE. Tudo para uns e aos outros toma lá apenas e só dificuldades inultrapassáveis, tal como a construção e sua legalização deste tipo de embarcação.