...« É este "chega p'ra lá" que até a nós custa a "engolir", quando se percebe que as dificuldades com as vistorias e certidões aos pequenos barcos como nós, são a ante-câmara de uma morte anunciada, uma vez que se trata de exigências que visam cansar os donos e familiares dos poucos barcos que vão restando Douro acima... Tudo isto para quê?! Para que se invista nos barcos de fibra e a motor, de preferência, como, se, de repente, este país passasse a ser o país das maravilhas, que não é, nunca foi, e não será nos tempos mais próximos!
Vivemos com o "credo na boca", porque nem sabemos o que pensa o meu actual dono, se é que tem alguma posição, porque este é outro mal por aqui enraizado, sendo muito frequente deparar com pessoas que se auto-marginalizam dos seus interesses, mantendo uma posição dúbia em que "nem são peixe nem carne", facilitando com a sua posição os que se organizaram e que conhecem bem demais os pontos fracos das boas gentes ribeirinhas...
Gostamos do que somos e nunca aspiramos vir a ser um outro barco, mais soberbo, a começar por umas linhas mais arredondadas, cheias de estilo e com cores próprias de paisagens exóticas, equipado com motor de alta cilindrada e com altas garantias de que não polui as águas, nem as margens, com baixo consumo, mesmo nas altas rotações, mas depois lá se descobre que nem é tanto assim, mas o negócio já está consumado e... "p'ra frente é que é Lisboa"!
Querem um outro exemplo, aqui vai:- O meu actual dono, que foi mineiro nas minas de Germunde e com algum prestígio na classe, nunca se pronunciou junto de mim e desconheço em absoluto o que pensará, mas nós não somos assim tão estúpido e lá vamos tirando algumas conclusões! Como é bastante conhecido em toda a aldeia, relaciona-se com muita gente e até com pessoas que regularmente vêm rio acima, nas suas lanchas com barco a motor, e, pelo que vamos "escutando" o centro das conversas continuam a ser as minas, os poços, as galerias, os mineiros e as suas histórias, onde é inevitável falar-se de todas as peripécias que acompanharam o fecho das minas de carvão em noventa e quatro, mas, curiosamente, nunca se debruça acerca das questões actuais e futuras do rio... Quer-me parecer, que esta criatura, que me parece bom homem, não será bem um pescador, daqueles que em tempos idos viviam do rio e para o rio e já o "apanhei" a comentar com pessoas amigas, que gostava de vir ao rio distrair-se, apanhar o ar puro que vem canalizado do Atlântico, mas que fazia "disto" um "hoby", porque tinha a sua reforma de mineiro e que não estava para se chatear muito... Confesso que ficamos tristes, amargurados e até a nossa madeira parece que mudou de cor e pela primeira vez sentimos calafrios muito próximos daqueles que os humanos, por vezes sentem, porque a nossa imaginação diz-nos, que, situações destas serão "o pão nosso de cada dia", e, se isso for certo, o nosso fim poderá estar para breve!... Quem nos acode?!... »
- SE GOSTAS DA TUA REGIÃO, NÃO HESITES, DIVULGA-A!
Nota: Esta é uma cópia do post que publiquei no blog PEdorido.com
Que saudades daqueles mineiros quase sem poderem respirar pela doênça profissional do Pó da Pedra
ResponderEliminarA incurável Slicose nos pulmões que muito rápidamente os foram vitimando. Tantos que conheci e vi perecerem na flor da Idade.
Também conheci vários reformados por invalidez que utiizavam o Valboeiro e assim em grupo de seis ou oito se deslocavam de Melres até Areja e Pedorido e Vice- Versa, para ali conviverem com os seus ex-companheiros e jogarem uma suecada ou uma malhada.
As exigência das Cartas de Marinheiro,as Vistorias os Seguros a Licença de Valizagem e a conservação da embarcação tornaram-se de tal ordem dispendiosos que acabaram por não os repararem, port falta de meios económicos.
Mas ainda o mais grave é que a medida dessas embarcações eram de sete metros e dez centimetros e a carta de Marinheiro, mesmo que a remos só he permitia conduzir embarcações até aos sete metros. Os seguros caríssimos e difíceis de conseguir, para este tipo de embarcações era obrigatório.
Hoje isto tem um preço enormissimo:- as gentes das freguesias que ficam de frente a frente um de cada margem do Rio, para se deslocarem a essa outra margem são obrigadas a fazerem muitas dezenas de quilómetros por estradas que também elas muito deixam a desejar.
Por todas estas e muitas outras razões este brilhante trabalho aqui relatado será seguramente um precioso contributo para que as mentes adormecidas se apercebam deste grave problema, que tantos prejuizos acarreta às populações ribeirnhas que assim e cada vez mais se sentem obrigadas a optarem para poderem sobreviver pela migração para Centros Urbanos ou outros.
Por mim sem paixões considero este trabalho um documento que muito ajudará a preparar o presente para obrigar a melhorar no futuro.
Parabéns Sinceros
Já tive varias embarcações melhor dizendo herdei as embarcações de pesca do meu pai. Uma bateira de 8 metros uma chata de 5,50m e uma chata pequena .Quando me quis fazer ao mar com a bateira fui informado na capitania que tinha que tirar a carta de patrão de costa , eu respondi que tinha a cédula marítima e estava inscrito na embarcação , pois mas não é o mestre respondeu-me o escrivão, mais, o tipo quis sacar-me a cédula pois não estava com os vistos em dia . Manhosos.
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