Tenho as minhas raízes em Pedorido e Rio-Mau e essencialmente por isso não poderei nunca esquecer essas terras e gentes que conheço bastante bem, apesar de estar ausente vai para 50 anos! Naturalmente que são dois povos com as suas diferenças, basta a separação pelo rio para acentuar essas diferenças, mas o que é verdade é que se trata de gentes de quem gosto muito e que nunca irei esquecer. Imagine-se o muito que haveria para contar, de bom e até de menos bom, mas a vida de todos nós é demasiado curta que, no geral se apaga num clik e até por isso importará sobretudo " remar" sem deixarmos de perceber o que poderemos de fazer de bom por nós próprios e por esta sociedade à qual sem escolha viemos a pertencer. Devemos aceitar tudo isso como natural e ao percerbermos isso como o mais natural estamos, penso eu, mais capazes de prosseguir nesta caminhada e com sentido positivo!Poderia contar aos meus amigos de Pedorido várias histórias verídicas, mas hoje apatece-me relembrar uma que precisamente encaixa perfeitamente no historial ainda recente das gentes de Rio-Mau e Pedorido:- Quando tenho a felicidade de visitar Pedorido encontro sempre com muita alegia as pessoas dos tempos, mas há uma que quero hoje destacar e que me faz recuar aos meus inocentes tempos da primária. Estou a falar do Mauricio natural de Rio-Mau, mineiro como 1ª profissão,campeão das pistas de atletismo e de corta mato e que felizmente ainda se encontra entre nòs. Tenho ainda bem presente os anos 1952, 1953 e por aí fora em que era vê-lo com a sua força e personalidade ser campeão nacional dos 5000 metros em juniores e campeão Regional do Norte em luta acesa com o seu maior adversário directo e que era Armando Leite do F.C. do Porto. O Maurício treinava assiduamente, depois de cumprir o seu horário nas minas de Germunde, era vê-lo no velhinho campo que separava Pedorido da Póvoa, e, aí, fazia alarde das suas qualidades desportivas. Foi em Pedorido que treinou e venceu corridas e foi em Pedorido que viria a casar e é em Pedorido que vive com a sua família.São exemplos como este que nos marcam pela vida fora e são também exemplos destes que só podem unir povos como os de Rio-Mau e Pedorido.Sem querer ser pessimista e até injusto,parece-me que a nossa maior insensibilidade como povo, estou a falar como pedoridense, será esta de não nos darmos conta dos maiores com quem convivemos e de quem até somos amigos... Será preciso acontecer o fatídico, para depois cairmos "na real" e só então darmos conta de que afinal vivemos lado a lado com pessoas que foram mais além que o comum das pessoas e que não fomos capazes de com a nossa humildade reconhecer-lhes essas mais valias?Perdoem a minha insistência, porque creio que estes bons exemplos deveriam ser dados a conhecer à comunidade em geral e aos jovens em particular! Parece-me que o que é bom nunca está fora de época, apenas hoje temos a felicidade, e, devemos aproveitá-la,de ter um muito mais fácil acesso ao saber, ao conhecimento,então só nos falta ir um pouco mais além e fazermos a verdadeira diferença e que é valorizar os melhores exemplos, que até podem estar à beirinha da nossa casa, estaremos a tornar-nos maiores e melhores e a sociedade só ganhará com isso!Era esta a história real que hoje vos quis contar.Claro que tenho outras boas histórias e que muito gostaria de partilhar com os meus queridos amigos de Pedorido, mas que ficarão para data próxima.E para terminar vou confidenciar-vos uma verdade que os que moram e vivem em Pedorido nunca saberão:- Só quem viveu até aos vinte anos nessa terra é que sabe o que é amar uma terra e um povo que nunca esqueceremos e de quem temos uma SAUDADE do tamanho do MUNDO!PERDOEM A MINHA SINCERIDADE...
Sonata Incompleta
Há 6 anos
Caríssimo conterrâneo:
ResponderEliminarAgradeço o comentário ao meu sentir e até devo confessar que não contava de forma alguma ser escutado com tamanha rapidez, o que vem provar, mais uma vez, a eficácia deste ainda recente tipo de comunicabilidade.
Voltando ainda ao tema que me é muito caro, gostaria de precisar um pouco melhor a minha intenção ou o objectivo pretendido, quando fui rebuscar da minha memória o caso do atleta Maurício. Naturalmente que não pretendi ver esbatidas as diferenças, que sempre existiram entre os povos de Pedorido e Rio-Mau. Nada disso!Cada povo tem as suas características próprias e que irão manter-se, acredito eu.
Foi uma pura coincindência o Maurício ter o seu historial de vida ligado às duas belas localidades. Aquilo que eu pretendi acentuar é que estes bons exemplos de vida não deverão ser ostracizados, esquecidos, para que sirvam de referência aos vindouros, neste caso de Rio-mau e de Pedorido.
Penso que agora consegui esplanar melhor a minha ideia e até aproveito para relembrar uma outra figura pública, infelizmente já desaparecida, e que me marcou muito positivamente pela vida fora!
Estou a falar duma professora primária, natural de Pedorido e que era conhecida popularmente por " Teresa do Alcino". Como profissional não conheci melhor que a professora Teresa e posso garantir que tive outros bons professores que também me marcaram durante a minha vida de estudante!
Acontece que ainda hoje sinto um vazio enorme por não ter tido o arrojo e a humildade de ter procurado a professora Teresa para dizer-lhe como foi importante para mim e penso que para os da minha geração! Cometemos durante a nossa vida erros destes, os chamados erros de palmatória,mas, no mínimo, não nos ficará nada mal ter a coragem de assumir que por vezes somos insensíveis e portadores de um egocentrismo que só nos desfavorece a nós e à nossa comunidade!
Será que estaremos de acordo, ou não?
Antes de terminar só gostaria de dizer mais o seguinte:
-Muito sinceramente não gostaria de ser mal interpretado quando procuro focar as coisas boas que guardo na memória de Pedorido e das suas gentes, até porque é fácil perceber a forma carinhosa como falo da nossa terra. É um dever e uma obrigação minha!
Penso que não é nada importante revelar a minha identidade. Seria importante, isso sim, que o pouco que sei e divulgo tivesse alguma utilidade nem que para uma só pessoa fosse! Mas confesso que sou um homem de dúvidas, muitas dúvidas, mas luto comigo próprio no sentido de ganhar coragem para ir até aos outros e dizer parte do que me vai na alma, que poderá não ser muito valioso, mas é sincero e tem a força daqueles de quem descendemos e por via disso e para o bem serei sempre um pedoridense!
Finalmente só há pouco percebi que terei entrado numa zona mais direccionada às próximas Eleições. Peço desculpa, não foi com intenção, aconteceu...
Foi muito bom ter sido escutado por um meu querido conterrâneo a quem mais uma vez fico grato!
Dentro do possível, e, se os meus "desabafos" puderem contribuir para algo de útil,terei muito gosto em recorrer às minhas memórias e por conseguinte às minhas histórias reais!
Um abraço a todos os pedoridenses!
Caríssimos conterrâneos:
ResponderEliminarAgora e para começar vejo-me "forçado" a ter que admitir que nunca me havia passado pela ideia vir a emocionar-me e eis o que me estava reservado quando dou de sopetão com os comentários da nossa querida e jovem conterrânea...
Claro que a surpresa foi grande, até porque não estava nada à espera e depois valha a verdade, tenho que dizer, apenas e só os meus dois filhos dizem gostar do pouco que vou escrevendo... Entretanto, nunca os levei a sério, porque é muito normal e até aceitável os filhos dizerem maravilhas dos pais e vice-versa...
O importante disto, será, penso eu, e a LUA frisou isso muito bem, o intercâmbio de conceitos, de ideias, entre gerações, porque podemos estar a contribuir uns e outros para um melhor e maior desenvolvimento das nossas sociedades.
É por estar convencido que sem preconceitos dos mais novos para com os mais velhos ou vice-versa,todos sairão a ganhar, ou seja, os mais velhos sentirão uma grande felicidade por verem que recorrendo às suas memórias, estarão a ser úteis aos mais jovens, que, têm todo o tempo à sua frente e só nao têm a MEMÓRIA!
Mas estão a ganhá-la e vão tê-la!...OXALÁ possamos contribuir!
Grande parte das vezes, creio, os humanos tendem a complicar:
- Se pararmos um pouco e nos concentrarmos e a seguir perguntarmos a nós próprios o que é verdadeiramente mais importante, se é sermos ricos ou felizes, creio que a resposta é inequivocamente :SERMOS FELIZES!
Pelos dados que vão chegando regularmente ao nosso conhecimento os humanos têm-se equivocado quanto à resposta, ou então nem perderão tempo algum com a pergunta...
Sendo o homem o ser mais inteligente à face deste Planeta Terra é caso para pensar que a inteligência deveria questionar-se a si própria. OU NÃO?...
Algumas vezes, te disseram para escreveres um livro. O livro das tuas memórias. Até te ofereceram um caderno de capa dura para começares,mas tu nada.Como se costuma dizer, nunca te "puxou".
ResponderEliminarAinda bem que existe internet, para poderes contar as tuas històrias.Eu sou uma previligiada.Contas-me na primeira pessoa. Mas nem todos têm essa sorte. Além de outros talentos que tens,não haja dúvida escreves muito bem!
Parabéns pelo teu blog.
Beijos da tua filha.