terça-feira, 25 de agosto de 2009

Uma história linda e que dá que pensar!...

Ha´acontecimentos que determinam a matriz de um povo e por vezes torna-se difícil saber o que terá levado esse mesmo povo a ser determinado, teimoso e persistente na procura de algo de que nunca abdica e porque insiste,insiste, lá acaba por conduzir a água até ao moinho!

Vamos directamente à história porque tem um rico conteúdo, tem substância e por via disso merece ser contada, mas aviso já que sempre foi para mim, muito difícil perceber, como tudo terá começado, se é que começou com " alguém "...
-« Estávamos nas décadas de QUARENTA e CINQUENTA e em Rio-Mau como em todas as aldeias, vilas e cidades, o uso de correspondência era grande, e, sempre achei estranho, que tanto as cartas que seguiam para território luso, como para o estrangeiro, no verso do envelope era omitido o nome da freguesia, que, como é sabido, era na época Sebolido. Para efeitos de correspondência e através dos CTT constava sempre CORREIO de ENTRE-OS-RIOS no remetente ao mesmo tempo que Sebolido era omitido, muito embora fosse a freguesia. Devo confessar que nunca pedi explicações sobre o assunto aos meus queridos conterrâneos de Rio-Mau, nem ouvi, nem li qualquer artigo que me viesse elucidar. Apenas arquivei na memória e desde miúdo, um acontecimento colectivo e para mim difícil de entender, dado que na época o regime estava muito atento às " desobediências " e nunca se me constou que houvesse reivindicação num qualquer sentido. Acontece que deixei Rio-Mau com sete anos e daí a minha ignorância quanto ao tema, que gostaria de conhecer melhor...
O que veio a suceder após o inevitável 25 de Abril já é de todos conhecido :- Rio-Mau deixa de ser um lugar de Sebolido e passa a freguesia, só que desconheço como passaram a ser feitos os remetentes das cartas... Será que também aí houve alguma mudança?...
O enigma para mim, e o mais importante, era saber se essa "desobediência colectiva" ( ? ) que já se verificava na minha infância, terá estado na origem, ou não, daquele estado de alma que germina durante décadas e que espera pacientemente para eclodir, qual vulcão, após ter armazenado toda a força interior necessária à ruptura dum colete de forças lá mais para diante e que iria permitir que todo um povo partisse para um outro paradigma mais exigente, mas que iria consagrar um desejo que acalentavam na sua génese!... Os resultados da exigência, se é que de exigência se tratou estão à vista e todos são unânimes em reconhecer que Rio-Mau cresceu muito e tornou-se mais moderno e dá mostras de que não irá parar... Oxalá!

De resto, Sebolido tem também o seu espaço próprio para progredir como se espera, e, sabemos que está a fazê-lo, para bem das suas gentes e do país democrático em que todos estamos enseridos. A verdadeira luta será pelo progresso e pelo bem-estar das populações!
Deu-me particular satisfação relembrar uma história já antiga e que fala do povo a que pertenço!
Sei também que lhe faltarão pormenores que seria importante conhecer, porém, creio que isso também acontecerá com todas as HISTÓRIAS VERDADEIRAS!


UM ABRAÇO DO TAMANHO DA SERRA DA BONECA!

domingo, 23 de agosto de 2009

... Recordar o Arda e a Paçaria...

Tenho muitas e grandes recordações do ARDA! Lidei muito de perto com este afluente do DOURO a partir dos meus oito anos e foi nele que aprendi a nadar e a dar os primeiros mergulhos, ali um pouco a montante da Ponte Centenária, que era também a única ponte no início da década de CINQUENTA! Curiosamente na época o tráfego rodoviário era enorme e nos dois sentidos, porque a Carbonífera escoava por esta ponte todo o carvão das Minas do Fojo até Germunde e se juntarmos todo o tráfego da N222, estamos a considerar um volume de tonelagem que se fosse divulgado, iria causar espanto, mesmo às pessoas do meio...
Apesar de toda a azáfama de então, creio que o estado geral da referida Ponte, que agora é mais conhecida por PONTE VELHA, se comparado com o dos nossos dias, parece-nos que o estado actual é de degradação evidente e por este "deixa andar" a degradação vai acentuar-se...
O nosso povo diz:-« O que está mal, mal parece» e é o caso em questão.
Mas voltemos ao Arda e às suas belas recordações! O curso do rio que conhecíamos bem, ia da foz até uma "levada"onde funcionava um moinho, creio que de sol a sol e que na época abastecia a maioria das famílias com a farinha de milho e centeio e donde depois era fabricado o pão para cerca de uma semana. Nesta grande represa junto ao moinho fizeram uma ponte que ligava as duas margens e que dava ligação de Pedorido e sobretudo da Póvoa à Estação e a Oliveira do Arda...
Frequentava nessa altura a primária e tocou-me muitas vezes a tarefa de levar o milho até ao referido moinho e numa das vezes assisti a uma cena, que achei curiosa, e que vos passo a contar:
- « A distância do lugar onde morava ao dito Moinho andaria aí pelos dois quilómetros através dum caminho de pinhal e que na parte última descia duma forma acentuada até ao Arda. Já com o Arda à vista deparo no caminho e em sentido oposto com o burrito do moleiro que transportava a sua carga habitual de farinha rumo a Pedorido na companhia do jovem moleiro e que dava pelo nome de MARECOS. No mesmo sentido uma senhora de alguma idade e que trajava toda de preto trazia à cabeça um pequeno saco de farinha com cerca de quinze a vinte quilos, não mais!
O jovem moleiro ao passar pela senhora dá ordem ao burro para parar e gentilmente pede o pequeno saco à mulherzinha, coloca-o em cima da carga do animal e de seguida dá ordem ao burrito para prosseguir a marcha. Só que o burro não quis prosseguir a marcha, apesar da insistência do jovem moleiro, que optou, ele próprio, por fazer o transporte do saco da freguesa!
Moral da história:- Apesar de ser um animal recusou firmemente uma carga suplementar e com os meus nove anitos fiquei sem perceber patavina de tal atitude!... Ousou recusar e venceu!
Bastante mais abaixo e ainda no Arda, mas nos anos seguintes, viemos a viver com outros miúdos momentos muito agradáveis, numa zona com águas um pouco profundas e que por isso convidavam a mergulhos, que a maior parte dos rapazes executava com rara habilidade, e, curioso, sem sequer se magoarem. Era o poço da PAÇARIA ao seu mais alto nível e com repetição ano após ano! Todos os rapazes do meu tempo foram muito FELIZES na PAÇARIA!
Agora que o Poço da Paçaria também só existe nas nossas MEMÓRIAS não deixemos morrer essas MEMÓRIAS! E depois faz-nos tão bem reviver o melhor do nosso passado colectivo!...

UM FORTE ABRAÇO! ATÉ BREVE!

sábado, 22 de agosto de 2009

... RECORDAR O POÇO NEGRO!...Recordar a LEVADA!

Aquele pequeno ribeiro não seria pròpriamente um rio, até porque me lembro, teria cerca de cinco, seis anos e percorrer não só as suas margens, como também atravessá-lo a pé em vários locais. Estaríamos, talvez, nos meses do Verão, é possível, até porque havia sinais evidentes mais a montante de alguma ferocidade do dito ribeiro, os estragos eram evidentes no que restava de uma ponte de pedra, com um tamanho razoável na margem esquerda, mas quase inexistente na outra margem e a separar estas ruínas era o vazio e lá no fundo as águas do dito rio Mau, assim chamado, deslizavam numa zona mais central recheada de seixos bastante grados,quase arredondados e que não davam muito jeito para ser pisados, talvez, porque os pèzitos eram naquela tenra idade um suporte frágil, de um corpo que não poderia ter sólido equilíbrio. Os humanos haviam remediado a queda da referida ponte de pedra, com a colocação um pouco mais a jusante de uma improvisada ponte de madeira que garantia a passagem às pessoas e aos animais de pequeno porte, uma vez que os carros de bois e mesmo estes grandes animais faziam a travessia pelo próprio ribeiro nas zonas pré-determinadas e que eram, naturalmente, as zonas mais baixas... A água era límpida, via-se com nitidez que assim era e não havia razões para supôr que assim não fosse, por se tratar dum ribeiro que teria as suas origens numa escarpa montanhosa ali bem próximo e numa das fraldas da "Serra da Boneca"; as pequenas casas junto da ponte semi-destruida eram o início ou o fim do povoado na margem direita e até à nascente, ribeiro acima , não havia sinais da existência de mais seres humanos, excluindo naturalmente o polo da Estivada, local previamente escolhido para a montagem dos abençoados moinhos que movidos de forma engenhosa pela força dum pequeno caudal, transformavam em farinha alqueires e alqueires de milho!... Neste local ermo, solitário, algumas pessoas durante décadas e décadas levaram para diante um trabalho NOTÁVEL para que muitas das famílias de Rio Mau, Melres e Sebolido tivessem acesso a um pão de milho de óptima qualidade e que seria desejável que nunca faltasse na mesa de todas estas criaturas... Aí pelo ano de 1949 ou 1950 na companhia de miúdos mais crescidos tive a felicidade de conhecer um ponto mais ousado do ribeiro, que me fascinou e que ficava já nas fraldas da serra: o tão falado Poço Negro! Tinha a forma natural duma represa e fiquei com a ideia que a água penetrava naquele espaço em queda e duma forma desordenada; recordo muito vagamente de que os miúdos que já sabiam nadar, que não era o meu caso, se iam colocar por baixo do já referido caudal que se despenhava tão desajeitadamente logo no início do referido POÇO! Numa zona quase central salientava-se uma espécie de pequeno rochedo, e era o único, que emergia das águas e servia à miudagem como ponto intermédio de apoio. Desconheço qual a razão do baptismo, mas poderá muito bem ser derivado à côr escura das águas em algumas zonas do POÇO e que eram de tal profundidade, que não se conseguia ver o fundo!... Apesar de tudo se ter passado há cerca de sessenta anos fiquei com a ideia de ser uma zona muito resguardada pela encosta e pelo arvoredo, que não me pareceu muito denso; as águas eram frescas, quase frias e a temperatura do ar ligeiramente inferior à da aldeia, uma vez que ali e por ser Verão, o Sol incidia com toda a sua plenitude sobre a aldeia e o Douro com um caudal bem reduzido e num plano demasiado inferior, muito pouco poderia amenizar... Presumo, que ainda hoje a situação seja bastante próxima à do final da década de QUARENTA do século passado, mas não há essa garantia, a julgar pelos erros que têm sido cometidos pelos humanos um pouco por toda a parte... Esperemos que no caso em concreto não tenha havido nenhuma má influência, para que os miúdos do século XXI possam também usufruir, tal como eu, com alegria e prazer dum espaço natural como era o POÇO NEGRO!...

Foi para mim extraordinário recordar o primeiro momento mais marcante e mais feliz em que tomei parte, pelo acto de profunda liberdade ao contactar com uma natureza sem donos e sem as transformações que quase sempre desvirtuam!... Se aquilo não era o PARAÍSO de que muitos falam, foi com certeza o melhor PARAÍSO que conheci, ou pelo menos, assim quero acreditar!...


Na minha última ida a Rio Mau, em Setembro deste ano, pela conversa que mantive com os meus conterrâneos, pude concluir que vivi equivocado durante sessenta anos, por pensar que tinha conhecido em miúdo o famoso Poço Negro, quando na verdade se tratava da LEVADA! Não importa, o erro já está a ser corrigido e continuo a afirmar a outra grande verdade, essa sim, para mim muito importante, quando com seis ou sete anos visionei com toda a Liberdade um espaço cem por cento natural, num dia quente de Verão e na companhia de outros miúdos e em que fiquei com a sensação de que tudo ali se conjugara para que existisse de facto uma HARMONIA e uma PAZ que durou todo aquele espaço de tempo e vivo com a ideia de que tudo isto só foi possível, porque estaria a começar a descobrir coisas novas e belas, convencido que seria só o começo e que de seguida viriam muitas mais coisas BOAS e BELAS... e sempre MARAVILHOSAS!

O miúdo estava tão enganado!... Acreditava, porque não tinha a memória que agora já tem, que é o que se passa com os demais humanos; aos sete anos nem os GÉNIOS têm MEMÓRIA!

Apesar das muitas vicissitudes e de coisas muito belas que ajudamos a conseguir pela vida fora, reconheço que foi fantástico ter conhecido a LEVADA e usufruido de toda aquela envolvência natural, que deixou em mim a ideia de que a FELICIDADE mora sempre paredes meias com o Homem, só que o sonho muitas vezes lhe escapa!... E é uma pena...

Agora, começo a sentir uma vontade interior enorme de não só revisitar a LEVADA e levar a aventura um pouco mais além, até encontrar o tão badalado POÇO NEGRO!

O SONHO JÁ MORA CÁ...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Assunto do dia: ...somos um povo bastante antigo e com HISTÓRIA!

Pelos dados de que dispomos, e são alguns, somos um povo bastante antigo e com HISTÓRIA! É bom termos esse historial e seria óptimo conhecer o essencial e saber que houve pontos altos e pontos baixos neste percurso de milhares de anos! Há muitas teorias, umas certas e outras mais que erradas, como aquela última que aponta para o nosso PLANETA a idade de 4000 anos! É muito provável, e os cientistas focam muito esses aspectos, que em certas épocas e em certas regiões da Terra houve civilizações que suplantaram outras e o contrário também terá sido verdade!...A ideia que muitos de nós teria, de que o início é quase sempre de dificuldades, e que volvido algum tempo descobrindo o caminho mais suave, de preferência sem inclinaçao, teríamos encontrado o rumo que procurávamos e sem hipótese de regressão, está mais uma vez provado que não pode ser uma regra, nem um dado adquirido, que não é!... Ainda não se percebia na EUROPA e no resto que as dificuldades económicas iriam surgir, e, PEDORIDO e toda a zona envolvente já sentia na pele o que era a falta de emprego e tudo o resto que vem por acréscimo nestas situações e para as quais ninguém está preparado!No meu tempo de jovem os nossos pais e os nossos avós, já o disse aqui, não tinham formação académica e infelizmente para eles e para nós isso pesou muito negativamente na "balança. É verdade que naqueles tempos, e, lá mais para trás, tudo tem um seguimento, pensava-se que para os trabalhos pesados não era necessário frequentar a ESCOLA!Até havia aqueles que diziam, alto e bom som, que a ESCOLA era para os "malandros", mas não se esqueciam de mandar os seus para a "malandrice" da ESCOLA e até para a UNIVERSIDADE!...É agora a altura própria e certa de dizer que o CACIQUISMO e o OBSCURANTISMO se instalaram na freguesia de PEDORIDO nesse período mais negro da nossa recente História, e de tal maneira o fizeram, que estamos mesmo convencidíssimos, que os pedoridenses foram os que mais sofreram em todo o COUTO MINEIRO na sua dignidade de gente de bem, que o eram, e, sempre haviam sido!Agora que PEdorido.com me proporcionou este momento raro e feliz, tenho o dever de trazer até vós o meu sincero, mas firme depoimento e com dois objectivos:a) Confirmar e tenho algumas histórias que comprovam esse PERÍODO NEGRO. É aconselhável não branquear estes factos, porque há quem afirme que a HISTÓRIA não se repete, mas eu não estou tão seguro disso... b) Não me cansarei de repetir até à exaustão, especialmente aos mais jovens, que não descurem O SABER e por DUAS RAZÕES.A primeira razão tem a haver com o emprego. Há e haverá dificuldades nesta matéria mas os mais capazes estarão sempre na linha da frente, nem que tenha de ser em país estrangeiro...A outra razão tem a ver com os ISMOS de que atrás falávamos. Um povo bem letrado não se deixará "comer" por essa gentalha sem escrúpulos e sedenta de viver à custa de pessoas boas e de carácter! A história está cheia desses exemplos, porque os humanos são capazes do melhor e do pior!Nós somos pelo lado melhor do HUMANO e solidários por QUEM VIER POR BEM!
UM ABRAÇO FRATERNO DO TAMANHO DA NOSSA QUERIDA PONTE VELHA!

Assunto do dia: ... E AGORA? QUAL O FUTURO DE PEDORIDO?

Isto de tentar prever o futuro seja do que for é uma tarefa quase de "loucos".Entretanto não é proibido idealizar e muito menos sonhar!Sabemos que uma boa parte das pessoas recusa opinar sobre o futuro mais longínquo, por acharem que não tem justificação, talvez,digo eu, porque até há pouco tempo esse tipo de exercício não lhes era colocado e portanto a falta de treino não dá motivação. Acham que será preferível esperar para ver o que sai, se sair, claro...Porém, se "alguém" mesmo bem intencionado pusesse a questão:- SERÁ QUE PEDORIDO TEM FUTURO?Todas as vozes se levantariam e em cõro tirariam todas as dúvidas a quem ousasse ter o desplante de tal pergunta!De facto, duvidar do futuro da nossa terra era como pôr em causa todo o seu passado, que,segundo os cronistas irá até aos primórdios da NAÇÃO!... É OBRA!Por conseguinte vou entrar, sem medo,nesta bela aventura de visionar para Pedorido os benefícios que tornariam esta bela aldeia ainda mais bela! Mesmo com um futuro ESTATUTO de VILA, seria para nós, a nossa linda aldeia!Está à vista de todos que as mudanças nesta zona do DOURO foram assinaláveis há uns tempos a esta parte! A começar pelo DOURO de quem os mais idosos têm uma visão mais original, de rio selvagem e por via disso mais primitivo, muito mais impetuoso, como que sempre pronto a desafiar quem ousasse penetrá-lo! Era ainda um RIO peculiar, e, que, confesso, nunca permitiu dar-se a conhecer... Chegava a mudar de roupagem quando aparecia aos olhos de todos com aquele aspecto anafado e triste e como que envergonhado nos meses mais tórridos do ano. Devido a tais metamorfoses prefiro acreditar que, afinal, conheci no mínimo dois RIOS e não apenas um!...Seria catastrófico esquecer que muitos de nós foram tão felizes mesmo junto às margens do DOURO e do ARDA!Agora e em vez desses rios "arranjaram-nos uma espécie de LAGO que sabe manter a mesma fisionomia durante todo o ano e porta-se bem! Dizem os entendidos, que, agora que o rio foi "domado", tornado navegável, uma NOVA ERA está aí, a ERA do TURISMO!É um facto que nos mudaram de paradigma e Pedorido por via disso não deverá ficar "agarrado" apenas à INDÚSTRIA! Temos o tal LAGO que tomou conta do ARDA e o tal futuro de que falávamos e que também engloba o TURISMO. As águas agora mais paradas e mais profundas convidam ao LAZER! Os técnicos nesta matéria devem ser auscultados. Só estudos rigorosos poderão concluir o que é mais vantajoso, mas ficar paralizados é que não!...Parece-nos que ambas as margens do Arda poderão vir a ter novas utilidades. Seria óptimo que a freguesia pudesse tirar dali dividendos de novo na agricultura ou noutro tipo de exploração.Já perto da "FOZ" do ARDA e em ambas as margens, visto que são zonas aprazíveis, seria interessante que se melhorassem as acessibilidades e que se fizessem estudos para uma futura PONTE PEDONAL entre as duas margens do ARDA! Com a tecnologia ao dispôr não é nada do outro mundo, tendo sempre como dado adquirido o domínio dos níveis das águas!...Não podemos deixar de fora deste processo a NOSSA QUERIDA PONTE VELHA! É um ex-libris e que faz parte do historial dePEDORIDO!É urgente restaurá-la, dar-lhe a dignidade que merece! Creio que é um tema consensual na freguesia, na CÂMARA e até nos MINISTÉRIOS!...O meu sonho pára aqui! Foi um exercício que adorei fazer e que me deixa feliz, porque não foi contra ninguém! Antes de terminar quero "bater" numa tecla importante e que tantas vezes descuramos:- Refiro-me ao factor TEMPO. Não deixemos o tempo correr, correr e correr... Há um escritor libanês chamado AMIN MAALOUF que numa das suas obras "UM MUNDO SEM REGRAS", diz esta coisa deveras interessante:« O TEMPO NÃO É NOSSO ALIADO, É O NOSSO JUIZ, E O NOSSO JULGAMENTO JÁ FOI ADIADO»
SONHO E ACÇÃO PELA NOSSA TERRA!
UM ABRAÇO DO TAMANHO DA PONTE VELHA!

Histórias Mínimas V

O meu primeiro contacto com as ARTES de representar, ou seja com o TEATRO ao vivo, deu-se por volta de 1948 e em Rio-Mau! Era uma espécie de TEATRO de RUA levado à cena por saltimbancos, indivíduos que vinham de terra em terra e que num largo mais apropriado da aldeia e em hora mais adequada, levavam à cena umas rábulas que despertavam o riso geral... E PORQUÊ?... Porque normalmente tratavam temas do dia a dia, corriqueiros; para que se entenda, aqui vos deixo para exemplificar, um diálogo entre o MERCEEIRO e o CLIENTE, que começava assim:Venha cá ó snr. MARQUES,Temos muito que falar!...Desde que me pregou o "CÃO"Não voltou aqui a passar.O dinheiro que me deve Quando é que mo quer dar?...E o snr. MARQUES respondia duma forma um pouco torcida dando a entender à assistência que já não estaria no seu estado "normal"...O dinheiro que lhe devoTenho tempo de lho dar!...Eu cá não tenho p,ra comerQuanto mais p,ra lhe pagar!...P´ra VOCÊ me descompôrNão preciso daqui passar!......E o diálogo continuava e o riso das pessoas também só que como tinha seis anitos perdi o resto do registo! Fica no entanto a ideia do isolamento cultural da época, a 2ª GUERRA MUNDIAL tinha terminado havia apenas três anos!...Para nos situarmos melhor na época, convém dizer que a estrada que hoje atravessa Rio-Mau estava a ser construida em 1948!...Entretanto a EN 222 que atravessa o nosso Pedorido já existia nessa època e desconheço se os ditos saltimbancos também actuavam na margem esquerda do DOURO!...Já a viver em Pedorido, assisto àquela que terá sido a década de OURO da Carbonífera: A DÉCADA DE CINQUENTA!Isto porque o carvão fazia mover grande parte do País.Convém recordar que até os comboios e os navios de pequeno e grande calado usavam este fóssil para obterem a energia para se movimentarem! A electricidade tal como a conhecemos era ainda uma criança...Não admira pois que durante essa fabulosa época e devido à criação da riqueza, proveniente da exploração mineira, foi possível ver executar obras de alguma envergadura para a região, como foi a construção do Hospital em Oliveira do Arda, duma prática desportiva assinalável e até no campo cultural tornou-se quase um hábito a divulgação do cinema em 35mm mesmo antes de haver TV em Portugal! Também se fez algum TEATRO no Couto Mineiro e recordo que a encenação esteve a cargo dum snr.que era funcionário da Carbonífera e que se chamava NOGUEIRA das NEVES! Creio ainda não estar a faltar à verdade se disser que este snr. NOGUEIRA viveu alguns anos em Pedorido e que chegou mesmo à Presidência da JUNTA de FREGUESIA de PEDORIDO! Tudo isto durante a década de 1950! Antes de terminar o meu simples depoimento é da mais elementar justiça relembrar todos os mineiros que labutaram nas Minas do Pejão e foram muitos! Uma saudação muito especial àqueles que tiveram a má sorte de perecer enquanto trabalhavam nas minas e é muito duro confessar que neste número está incluido um jovem pedoridense de quem fui muito amigo!Nunca o esquecerei!A VERDADE É ESTA:Foi graças ao trabalho duro e perigoso destes homens que todo o Couto Mineiro viveu um período que as nossas MEMÓRIAS teimam em não esquecer!

Histórias Mínimas IV

Depois de tantos anos a labutar por este País fora, e foram 50 anos de trabalho, é com bastante regozijo que chego à REFORMA, e poder, finalmente, concentrar-me e tentar associar os factos que de alguma forma vivi, ou simplesmente acompanhei de perto!É certo que o que se passa comigo, passa-se com o comum dos mortais, no entanto um belo dia a felicidade guiou-me até ao blog Pedorido.com e resolvi " entrar" numa tentativa de reencontrar o que havia "perdido", ou seja o contacto com as gentes de Pedorido e Rio Mau. Sei que não voltaremos à meninice, mas é muito salutar,dá-nos vontade de reviver ou recordar episódios que fizeram parte da nossa formação, ou nao!A verdade é que tenho muitas MEMÓRIAS de Rio Mau, onde nasci, e onde vivi até aos sete anos, altura em que me mudei para Pedorido e onde permaneci até aos vinte!
Quero aqui relembrar um ponto que os miúdos de ambas as localidades tinham em comum no Verão:- Qualquer miúdo com pretensões a ser nadador teria de frequentar a Levada ( Rio Mau) e a Paçaria (Pedorido). BONS TEMPOS!...
Já em Pedorido era chegada a década de CINQUENTA e os miúdos começavam, finalmente, em grande parte,a levar os estudos até à 4ª classe, criando-se, talvez, a partir daqui e no que ao ENSINO dizia respeito, um fosso entre eles, os pais e os avós!É por estas alturas que me recordo bem de ouvir contar a muitas e variadas criaturas, mais velhas, claro, contos e histórias de bruxas, lobisomens, diabos e outros afins... Garantiam ser verdade, tanto mais que tinha sido fulano e sicrano, que tinham, segundo eles, toda a reputação!Claro, que em boa verdade sempre duvidei, mas em rigor não tínhamos como rejeitar. Se os mais velhos afirmavam...É aqui que entra a nossa história de hoje, que me foi contada por um snr. já falecido e que dava pelo nome de Zé Paroba! Este bom homem repetia-se muito a contar as suas histórias, e, esta ouvia seguramente umas dúzias de vezes, sem nunca pôr em causa a sua veracidade! Vamos à história:
- O TI ZÉ PAROBA trabalhava por turnos como guarda dos barcos em Germunde e numa dessas noites mais escuras, tenebrosas, passava da meia-noite e no regresso a casa era "obrigatório" passar junto ao cemitério de Pedorido e sobre os cemitérios contavam-se histórias de arrepiar...Precisamente quando o nosso homem depois de vencer aquela subida íngreme e atingir a zona mais plana ficando assim ao nível da igreja e do cemitério, a porta do cemitério abre-se fazendo um barulho e uma chiadeira que pela calada da noite deixaria aterrado mesmo o mais afoito!... Bem, o TI ZÉ PAROBA contava que apanhou o maior cagaço de toda a sua vida e que o sangue se lhe gelara no corpo!... Passados aqueles breves momentos, que será impossível quantificar em tempo útil, desvia instintivamente o olhar para a entrada do cemitério e constata que na sua direcção saía um vulto e que ele reconheceu ser o Dr. Pinho, um médico muito querido em Pedorido e em todo o Couto Mineiro e que infelizmente viria a desaparecer prematuramente!... Refeito do abanão monumental que havia sofrido e ligeiramente mais encorajado, até porque não se confirmara nenhum daqueles cenários que desde miúdo habitavam a sua cabeça, dá início a um diálogo que o iria surpreender e marcar para o resto dos seus dias : - «Ó Snr. Dr. pregou-me, agora , um grande susto!...» «Sabes ZÉ» - respondeu-lhe o médico - «Venho ao cemitério depois da meia-noite, porque ouço o povo dizer que os mortos aparecem a essa hora e eu gostava imenso de voltar a falar com a minha mãe!...Só que nunca tive semelhante sorte!»
Percebe-se pelo diálogo entre estes dois homens e àquela hora da noite como eram tão diferentes os seus mundos! Um homem da ciência médica, sem medo algum, pronto a entrar num cemitério, sòzinho, mas que tinha dúvidas, muitas dúvidas, sobretudo em relação ao que se passará para lá da morte; daí ir ao encontro duma certa crendice popular, tão antiga como o Homem, que no seu caso, até dava imenso jeito, porque possibilitava voltar a ver e a falar com a pessoa que com certeza mais teria amado neste MUNDO: a sua MÃE!...

Histórias Mínimas III

HISTÓRIAS MÍNIMAS...E VERDADEIRAS!
Se fosse pedido a um qualquer pedoridense, homem ou mulher, nascido nos últimos 30 anos, para nos contar como eram social e culturalmente os nossos bem recentes antepassados das décadas de 30,40, 50 e 60, imaginamos nós que seria uma tarefa de alguma dificuldade e por outro até de alguma perplexidade, quando se confrontassem com algumas realidades inerentes em primeiro lugar ao baixo teor na área do conhecimento, porque a regra quase geral era de um analfabetismo com percentagens elevadíssimas!Partindo desta realidade a vida tornava-se dura e difícil para esta gente que humildemente procurava resolver as inúmeras situações difíceis e na maior parte das vezes nem conseguia resolver ou resolvia mal.A emigração era enorme devido a essa realidade em especial para a América do Sul, especialmente para o BRASIL!Entretanto, uma boa parte ficava por cá, remando humildemente contra a maré à espera, quem sabe, que alguma coisa de bom viesse a acontecer, porque na sua santa ignorância ouviram dizer, não sabiam a quem " que a esperança era a última a morrer"!...É no meio deste cenário que se enquadra a cena a que assisti nos anos CINQUENTA:-Um belo domingo alguns homens que faziam parte da Junta de Freguesia deslocaram-se a um monte que fica para lá das povoações de Gaído e Arejinha com a missão de verem no local qual era a situaçao real da mina que estava a ser feita por mineiros, creio que da Carbonífera, mina essa que tinha como objectivo abastecer de água potável Pedorido e penso que também a Póvoa, mas não tenho a certeza se a Póvoa estava incluída, ou não.Lembro-me perfeitamente que quem " comandava" o grupo de trabalho teve a ideia de convidar um habitante daqueles lugarejos,que se chamava JOAQUIM GUERRA e que gentilmente fez o favor de nos acompanhar...Em determinada altura do percurso, fez-se um interregno para descansar, conversar e petiscar. Recordo-me que a dada altura o tema da conversa encaminhou-se para as RELIGIÕES e o TI JOAQUIM entupiu e não dizia nada, só ouvia! É então que um dos autarcas da Junta, no caso ANTÓNIO CORREIA questiona o nosso homem da seguinte forma:- Ó TI JOAQUIM você tem estado tão calado... Não me diga que você não sabia que havia outras religiões, para além da "NOSSA"?!...- Ó moço eu não sabia! Julgava que só havia a nossa...- respondeu o TI JOAQUIM.- Não! No Mundo há 114 religiões- disse-lhe o autarca.É então que surge a resposta do TI JOAQUIM e que ninguém esperava:- Ó moço também por mais uma podiam ser 115!Recordo com frequência esta passagem que por ser real me dá a obrigação não só de a dar a conhecer, como de lançar o alerta para que sejamos exigentes connosco e com os outros, para que os descendentes actuais e futuros destes homens humildes e honrados, tenham sempre a possilidade do acesso ao saber, coisa que,afinal, lhes fora sonegado.

Assunto do dia : A BARCA!

Pude verificar que este tema da Barca aflige e de que maneira todos os pedoridenses. Vê-se até pelos intervenientes quando dizem, ou que nunca utilizaram a dita cuja, ou que raramente o fizeram, mas de facto, há, pode dizer-se uma unanimidade geral quanto à substância: a ligação entre as duas margens deveria ser reposta!... SOU DA MESMA OPINIÃO! Quem conhece o historial, sabe que sempre houve essa ligação entre as duas margens e até sabe que foram várias e ao mesmo tempo! Bastará apenas citar as duas ligações por barco durante muitos anos entre Pedorido e Rio-Mau!Só de falar nisso nos dá cá uma SAUDADE!... São outras histórias...Mas a verdade é que todos nós também sabemos que os pressupostos mudaram, daí terem mudado os cenários e este belo cenário da BARCA também nos foi retirado do nosso HORIZONTE! Será caso para dizer que todos perderam, os de cá e os de lá, só porque nos mudaram de paradigma!Então, que fazer?Ficar parados não é boa solução, dirão todos e eu próprio digo o mesmo...Se nos mudaram de paradigma isso quererá dizer que, possivelmente, também haverá espaço, amplos espaços para novas soluções, que se enquadrem numa perspectiva de futuro como é o caso. Já tomamos conhecimento pelo menos de três possíveis soluções:a) A maioria quer a BARCA de novo.b) ALguém aponta um FERRY em alternativa.c) Houve também quem "recordasse" a travessia por ponte tão badalada nos anos de CINQUENTA...Agora chegou a vez de avançar com a minha ideia e que não pretende ser mais que isso: uma ideia!- ... e porque não uma travessia pedonal sobre o DOURO?A ideia está lançada e agora sugiro sòmente que com calma analisem os prós e contras que os haverá com toda a certeza.Não vou prometer porque posso não poder cumprir, mas se acharem bem poderei no futuro vir a defender com alguns argumentos o que considero um projecto tão válido quanto os outros e com vantangens em termos de futuro por ser diferente mas estético, digno de ser visitado, uma verdadeira porta para o turismo na região, não acham?...Lembrem-se do seguinte:Um pouco mais abaixo está em curso um projecto turístico que poderá avançar ou não com este tipo de realizações e nos dias que correm até têm algumas vantagens:Movimentam-se bem, têm gente à altura a trabalhar diàriamente, conhecem os corredores do PODER até Bruxelas e está quase tudo dito!Mas nada de baixar os braços! Nós os de Pedorido sempre tivemos IDEIAS. Somos provincianos mas não somos estúpidos! EM FRENTE!Resta-me agora bater numa tecla mui importante e que nós descuramos bastante. Refiro-me ao factor TEMPO. Não deixemos o tempo correr, correr e correr... Vou citar um escritor libanês chamado AMIN MAALOUF que num dos seus livros mais recentes diz esta coisa interessante:« O tempo não é nosso aliado, é o nosso juiz, e o nosso julgamento já foi adiado».
UM ABRAÇO DO TAMANHO DA PONTE VELHA!

Histórias Mínimas II

Gostaria de focar,para não fugir ao meu hábito uma pequena mas GRANDE faceta que aconteceu comigo e que nunca esqueci e até guardo como um dos factos que mais me marcaram:- Estávamos em 1955 e a minha excelente professora Teresa,natural de Pedorido como já sublinhei, resolveu primeiro falar comigo e a seguir com os meus pais e para quê? - Uma vez que havia concluido a 4ª classe e era ainda muito novinho para o mundo do trabalho e uma vez que durante os dois anos que havia sido minha professora notara verdadeiro empenho e sobretudo aproveitamento, queria a sra. professora que continuasse a colaborar no ano seguinte e ajudá-la porque iria ter uma nova turma da 4ª classe! Como recompensa pelo meu contributo a sra. prof.ª no final desse ano levar-me-ia à cidade do Porto, ao Liceu Carolina Michaelis fazer o exame de admissão ao Liceu e claro os meus pais não iriam pagar um tostão! Tudo correu como o previsto, ou melhor, como a profª Teresa idealizara, isto é, dei os meus humildes préstimos e colaborei com paixão como "assistente" como agora se diz, no final do ano o prometido foi devido e na cidade Invicta até dispensei de ir à oral!O mais importante de tudo isto é que eu pressenti que com aquela idade pessoas com responsabilidade acreditavam em mim e eu estava a ser útil e isso era fantástico!...Contudo há outros pormenores importantes nesta história e que passo a citar:- A professora comprometeu-se perante um miúdo e perante os pais e cumpriu.- No final do ano propôs-me ao tal exame, eu estava preparado e foi um êxito. Não houve pedidos, não houve cunhas...Agora eu acrescento, perguntando:- Que melhores exemplos ajudariam à formação dum jovem?

Histórias Mínimas I

Tenho as minhas raízes em Pedorido e Rio-Mau e essencialmente por isso não poderei nunca esquecer essas terras e gentes que conheço bastante bem, apesar de estar ausente vai para 50 anos! Naturalmente que são dois povos com as suas diferenças, basta a separação pelo rio para acentuar essas diferenças, mas o que é verdade é que se trata de gentes de quem gosto muito e que nunca irei esquecer. Imagine-se o muito que haveria para contar, de bom e até de menos bom, mas a vida de todos nós é demasiado curta que, no geral se apaga num clik e até por isso importará sobretudo " remar" sem deixarmos de perceber o que poderemos de fazer de bom por nós próprios e por esta sociedade à qual sem escolha viemos a pertencer. Devemos aceitar tudo isso como natural e ao percerbermos isso como o mais natural estamos, penso eu, mais capazes de prosseguir nesta caminhada e com sentido positivo!Poderia contar aos meus amigos de Pedorido várias histórias verídicas, mas hoje apatece-me relembrar uma que precisamente encaixa perfeitamente no historial ainda recente das gentes de Rio-Mau e Pedorido:- Quando tenho a felicidade de visitar Pedorido encontro sempre com muita alegia as pessoas dos tempos, mas há uma que quero hoje destacar e que me faz recuar aos meus inocentes tempos da primária. Estou a falar do Mauricio natural de Rio-Mau, mineiro como 1ª profissão,campeão das pistas de atletismo e de corta mato e que felizmente ainda se encontra entre nòs. Tenho ainda bem presente os anos 1952, 1953 e por aí fora em que era vê-lo com a sua força e personalidade ser campeão nacional dos 5000 metros em juniores e campeão Regional do Norte em luta acesa com o seu maior adversário directo e que era Armando Leite do F.C. do Porto. O Maurício treinava assiduamente, depois de cumprir o seu horário nas minas de Germunde, era vê-lo no velhinho campo que separava Pedorido da Póvoa, e, aí, fazia alarde das suas qualidades desportivas. Foi em Pedorido que treinou e venceu corridas e foi em Pedorido que viria a casar e é em Pedorido que vive com a sua família.São exemplos como este que nos marcam pela vida fora e são também exemplos destes que só podem unir povos como os de Rio-Mau e Pedorido.Sem querer ser pessimista e até injusto,parece-me que a nossa maior insensibilidade como povo, estou a falar como pedoridense, será esta de não nos darmos conta dos maiores com quem convivemos e de quem até somos amigos... Será preciso acontecer o fatídico, para depois cairmos "na real" e só então darmos conta de que afinal vivemos lado a lado com pessoas que foram mais além que o comum das pessoas e que não fomos capazes de com a nossa humildade reconhecer-lhes essas mais valias?Perdoem a minha insistência, porque creio que estes bons exemplos deveriam ser dados a conhecer à comunidade em geral e aos jovens em particular! Parece-me que o que é bom nunca está fora de época, apenas hoje temos a felicidade, e, devemos aproveitá-la,de ter um muito mais fácil acesso ao saber, ao conhecimento,então só nos falta ir um pouco mais além e fazermos a verdadeira diferença e que é valorizar os melhores exemplos, que até podem estar à beirinha da nossa casa, estaremos a tornar-nos maiores e melhores e a sociedade só ganhará com isso!Era esta a história real que hoje vos quis contar.Claro que tenho outras boas histórias e que muito gostaria de partilhar com os meus queridos amigos de Pedorido, mas que ficarão para data próxima.E para terminar vou confidenciar-vos uma verdade que os que moram e vivem em Pedorido nunca saberão:- Só quem viveu até aos vinte anos nessa terra é que sabe o que é amar uma terra e um povo que nunca esqueceremos e de quem temos uma SAUDADE do tamanho do MUNDO!PERDOEM A MINHA SINCERIDADE...