quinta-feira, 4 de março de 2010

RELEMBRAR o DOURO seus AFLUENTES e suas GENTES!

( Continuação IV)
Seguramente que é aqui que vamos encontrar o grande défice, e, que explica, o que de menos bom sucedeu a toda esta gente, a quem não foi permitido evoluir para o conhecimento, numa época em que o carvão era uma das principais energias que fazia movimentar grande parte da economia deste país, e, até havia quem apelidasse o carvão de OURO NEGRO!... Houve como que o cuidado de atribuir salários baixos e muito más condições de trabalho a quem trabalhasse nas minas e como a indústria nacional necessitava muito desta matéria prima, "alguém" teve a ideia "brilhante" de atribuir uns prémios para juntar aos magros salários, mas só àqueles mineiros que produzissem para lá de um mínimo estabelecido... Estas jogadas e outras, aliadas ao analfabetismo latente e à falta de informação, que o regime de partido único, não permitia, contribuiram, no essencial, para a infelicidade de mineiros e suas famílias, quando havia todas as condições objectivas para que nesta região se vivesse dentro de padrões aceitáveis e sobretudo dignos...
O domingo, que era o único dia de descanso do mineiro e dos outros trabalhadores começava bem cedo, com uma missa pela manhã, a que se poderia juntar a reza do terço de tarde, ou então uma tarde de pesca no Douro, ou no Arda, ou um jogo de futebol ao vivo, que, a acontecer, daria para se encontrar com os amigos da semana, e, no final do mesmo, poder confraternizar com esses amigos e com outros, numa das muitas tabernas da sua aldeia, onde, mais uma vez, discutiriam os mesmos assuntos, de reduzidíssimo interesse, até que o final do dia convidava a tomar o caminho de casa, e, desta forma rotineira e culturalmente adversa, terminava mais uma semana, em que não se previligiou culturalmente a mente, com uma ida ao cinema ou ao teatro, ou a simples leitura de um livro dos autores portugueses mais consagrados, nem sequer uma ligação mais afectiva aos filhos e à esposa como seria aceitável e até desejável!...
Moral desta história:« É fundamental perceber que o trabalho, só por si, sem DIREITOS, não dá dignidade a ninguém, porque se assim fosse, os escravos não precisariam de aspirar pelo fim da escravatura, porque já teriam atingido o topo da dignidade possível, quando todos sabemos que foi precisamente o inverso»...
FIM da 4ª REMADA ( continua )

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