sábado, 10 de outubro de 2009

HISTÓRIAS CURTAS: Valores e Ética!

A todo o instante estamos todos a fazer a História da Humanidade e os exemplos são de todo o tipo: são excelentes, são bons, são assim-assim, são maus, são péssimos... Durante muitos milhares de anos os humanos, ainda pouco inteligentes, lutavam apenas pela sobrevivência, imitando e até aprendendo com o resto do mundo animal. Foi uma aprendizagem longa mas muito proveitosa, cuja característica assentava numa prática nómada, sempre acompanhada de uma evolução cerebral muito lenta; a esta "travessia do deserto" de muitos milhares de anos,convencionou chamar-se de PRÉ-HISTÓRIA e os muitos estudos que têm sido feitos e que continuam a fazer-se, apontam claramente para uma conclusão: os humanos não evoluiram da mesma forma nas diferentes latitudes, e, isto é tão verdade, que já em pleno século XXI deu-se conta da existência de tribos, algures na floresta do PERÚ e que o mundo civilizado desconhecia em absoluto e com quem nunca houvera qualquer contacto...
Seguramente que estas tribos vivem organizadas, mas com um diferencial de MILHARES de anos para com boa parte dos povos do resto do planeta, que se auto-intitulam de civilizados e que seguramente adquiriram padrões de bem-estar, inimagináveis há bem poucos anos!
Como todos sabemos não há sociedades perfeitas e por conseguinte também não seria nestas sociedades primitivas do Perú ou da Amazónia que iríamos encontrar a tão desejada perfeição, muito embora não tenhamos dados que possam fazer com que afirmemos que serão povos infelizes, porque pode não ser o caso!... Estes estados de felicidade ou infelicidade não têm só a ver com os bens materiais, porque bem perto e dentro da nossa comunidade, é bem possível deparar com pessoas e até famílias que respiram saúde física e mental, que são a condição essencial para o tal equilíbrio que transmite felicidade, sem contudo terem vivido alguma vez para além dos conhecidos limites mínimos no que à riqueza diz respeito!
Em contra-partida uma grande parcela da comunidade vive a sonhar com uma felicidade que sempre lhe escapou e que também não saberá muito bem o que será, esperando com alguma esperança que se não for em vida, então que aconteça para lá desta existência, de que não guarda as melhores memórias, apesar de muita gente desta desfrutar ou ter desfrutado, por vezes, de condições de abastança, que alternaram com ciclos menos bons, diríamos até de necessidades básicas, com toda a família a "beber" a sua formação numa ausência de ética e de valores, que, esses sim, seriam os melhores alicerces para sobre eles poderem aspirar a uma vida de Felicidade CONSEGUIDA, que de outra forma lhes vai fugir, do mesmo modo que a enguia foge por entre os dedos dos humanos na eterna luta pela sobrevivência... e que para o conseguir sabe que só voltando ao Rio...

Os humanos devem ser avisados de que não vão chegar nunca ao estádio de felicidade terrena a que levianamente se propõem, se continuarem a persistir no ERRO em colocar de lado desde muito novinhos e em grande medida por culpa dos "educadores", os referenciados valores éticos, esses sim, tornam os homens e as mulheres VERDADEIRAMENTE GRANDES, e independente de serem ricos ou pobres, ministros ou operários, doutores ou desempregados, autarcas ou pescadores.Tudo o resto são títulos ocasionais e que se forem exercidos sem ética "ajudarão" as sociedades a caminhar para terrenos pantanosos, onde já nem as máquinas sofisticadas têm capacidade para executar "milagres" que tanto jeito davam!
Será sempre tempo de arrepiar caminho, mas os vícios e as vaidades humanas traem, depois de terem feito passar-se pelos melhores amigos do Homem, quando este devia saber que o melhor amigo do Homem, desde a Pré-História, foi e ainda é, aquele nobre animal chamado cão, amigo inseparável das estepes de há muitos milhares de anos e que ainda continua na sua luta pela sobrevivência sem deixar de ser leal e verdadeiro AMIGO!

Voltando ao mundo dos humanos, gostaria de vos dar a conhecer uma pequena passagem da minha vida, uma História Mínima como costumo chamar-lhe, uma pequena faceta, mas que viria a ter um GRANDE significado. Tomem nota:
- Estávamos no ano de 1955 e a minha excelente professora TERESA, natural de Pedorido, um belo dia resolveu falar comigo para me propôr uma espécie de "contrato". Disse-me a professora:- «Vais fazer a 4ª classe e é uma pena ficares parado! És muito novinho para o mundo do trabalho e por isso vou falar com os teus pais para que continuem a apostar em ti nos estudos. Se os teus pais não decidirem por esse lado, e se tu aceitares, vou propôr-lhes que no próximo ano lectivo continues a ajudar-me, porque vou cá continuar com uma outra turma da 4ª classe e vou ter muito trabalho. Se aceitares e como contra-partida da tua colaboração, no final do próximo ano, levar-te-ei à cidade do PORTO, ao Liceu Carolina Michaelis para aí fazeres o Exame de Admissão aos Liceus e os teus pais não têm que pagar rigorosamente nada».
Concordei com o que me fora proposto pela minha professora da 3ª e 4ª classe, porque acreditava que era uma profissional a sério e que melhor que eu próprio, sabia das minhas possibilidades e eu só tinha que ir em frente.
Claro que os meus pais concordaram com a segunda metade da proposta e durante aquele ano lá desempenhei, penso que bem, com a nobre missão de assistente da professora e no final desse ano lectivo na Cidade Invicta até dispensei da prova oral, o que prova que tudo fora bem pensado pela saudosa prof. TERESA!
O mais importante a reter de toda esta história é que com ONZE e DOZE anos lidei a sério com valores e ética que sempre me acompanharam e muito me ajudaram pela vida fora!...
Desde logo a questão da seriedade dos mais velhos para com as crianças; o prometer e cumprir, o valor da palavra dada pela professora ao jovem aluno, valor fundamental no dia a dia das sociedades e que se tem vindo a degradar, de cima para baixo e de baixo para cima; o esforço para a COMPETÊNCIA, o agarrar com PAIXÃO naquilo que pretendemos fazer bem, foi outro atributo que adquiri naquele longínquo ano de 1955 e que não viria mais a largar; o perceber que estava a ser observado por uma pessoa com qualificação e que acreditava no meu desempenho, deu-me responsabilidade e um grande entusiasmo, porque não podia falhar e vir a ter o sucesso que a competente professora de antemão nunca tinha posto em dúvida.
Estes factos são reais e devem ser divulgados para contrapôr às tais práticas sem sentido e que são o pão nosso de cada dia nos tempos actuais...
Não é difícil imaginar que os resultados ainda seriam melhores nesse outro Tempo, se o regime político em exercício, manifestasse outro interesse pela evolução das camadas populares, em vez de as mergulhar conscientemente no OBSCURANTISMO! Isso foi lamentável, mas como a mágoa nada resolve e só atrapalha, temos um largo futuro para com seriedade modificar para melhor o que herdamos de mal e nunca esquecer que mesmo em regimes de pouca credibilidade, é possível viver com ÉTICA para poder ser considerado Homem!

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