Há verdadeiras histórias, que quando éramos miúdos ou mesmo adolescentes, os professores , os pais ou alguém melhor posicionado na sociedade nos deveria ter contado. Isso não foi feito, as razões foram várias e agora sem recorrer a lamentações, que nada resolvem e só nos desfavorece, ainda vamos a tempo de sem pressas procurar perceber uma pequena parte do muito que haveria para ser contado.... e percebido!
Vamos desta vez procurar entender um pouco melhor o que se terá passado nas nossas "barbas":
- É um pouco estranho para o comum dos mortais, que um dia já distante do século VINTE, possivelmente, um pouco antes da 2ª Grande Guerra e seguramente depois da 1ª Guerra Mundial, que um indivíduo, oriundo do centro da Europa, venha até Portugal, adquira uma vasta zona de exclusividade para a exploração de carvão a quem foi atribuido o título:- ECD (Empresa Carbonífera do Douro L.da). Esse homem chamava-se JEAN TYSSEN e tinha a nacionalidade belga, tanto quanto se sabe, mas desconhecemos completamente de qual zona da Bélgica se tratava, uma vez que é um pequeno país, mas com três zonas e três lìnguas bem diferentes:- francês, flamengo e alemão. Em princípio, a sua naturalidade seria numa destas três zonas, mas o mais importante era conhecer o incidente ou incidentes que teriam estado na origem da sua vinda até ao nosso país, porque também é sabido que explorações mineiras na Bélgica e deste país até Portugal eram aos milhares e isso é que espanta!...
Seja como for, o nosso homem de negócios chegou até esta zona do Douro e chegou a ser por algum tempo a figura grada da Administração, muito embora nos parecesse não ser muito presente, talvez, porque a estrutura que veio a criar lhe desse essa permissa, uma vez que terá delegado no filho, esse sim mais presente, a residir algures no Estoril e que duma forma regular aparecia nas minas do Pejão.
Jean Tyssen apareceu muitas vezes em público na década de CINQUENTA, mas foram raras as vezes em que usou o discurso, talvez porque fosse avesso a esse tipo de comunicação ou por outras razões que desconhecemos e que para o caso também pouco importam... Mas a construção do Hospital em Oliveira do Arda, para todas as famílias do Couto Mineiro, foi um estrondoso sucesso e que deu muita FAMA à Carbonífera e todos nos recordamos da festa grandiosa levada a cabo aquando da sua inauguração! Não era caso para menos!...
Penso que não vou errar, ao divulgar que foi precisamente no calor desta festa, que Jean Tyssen usou da palavra e que os altifalantes espalharam por todo o exterior do novo Hospital e fazendo eco por aquelas colinas adjacentes ao Douro e ao Arda... A dada altura do discurso, o nosso homem num português com sotaque "estrangeirado", faz a seguinte afirmação:
-« Quando "MORER" quero vir para junto "DE" meus "MINEIRAS"»
Entretanto, os tempos iam passando, muita água o Douro e o Arda sem cessar permitiam que corresse para o Atlântico, como era seu compromisso e que sempre respeitaram, enquanto a labuta também continuava no interior e fora das minas! Naturalmente, que o pessoal das minas também trocava impressões e lembro-me perfeitamente de ouvir comentários convictos de que não acreditavam minimamente na afirmação do homem MAIOR e de certa forma LONGÍNQUO, quando dizia que quereria mais tarde "morar" com os mineiros... Não passava de retórica - diziam - e este convencimento até se compreendia, porque na época, os beirões, regra geral, eram fechados sobre si próprios e por via disso desenvolveram certo tipo de defesas, que, acreditavam, os ajudaria a viver ou a sobreviver melhor. De facto, era complicado num cenário tão real como aquele que se vivia em Portugal nos meados de Cinquenta, acreditar em afirmações dum senhor que mal conheciam, dono principal dum empório e naturalmente dono duma grande fortuna, convenhamos.
A história poderia ficar por aqui, mas não vai ficar, porque há novos elementos, que, felizmente consegui recolher, e, que, esses sim, completam parte das interrogações e das dúvidas aqui já contadas. Tomem atenção:
- No dia 17-10-2009, entrei despreocupado e sòzinho no cemitério de Oliveira do Arda e dirigi-me a uma senhora, que, muito concentrada, tratava de arranjar a sepultura de alguém muito querido, perguntando-lhe se não existiria naquele cemitério alguma sepultura com os restos mortais de algum membro da família Tyssen; a senhora foi muito amável e levou-me junto duma simples sepultura toda ela em granito, sem fotografia alguma e com os dizeres seguintes:
JEAN TYSSEN 27.03.1895 HOMEM BOM, AMIGO DOS
22.10.1965 SEUS OPERÁRIOS, JUNTO
DOS QUAIS DESEJOU
SER SEPULTADO.
HOMENAGEM DOS MINEIROS.
Faltará apenas acrescentar uma pequena inconfidência que a gentil senhora me deu a conhecer e que por amor à verdade não vou esconder. Disse-me a senhora:
-« Esta taça ( referindo-se à única taça que solta havia sido colocada sobre a pedra granítica) é enfeitada pelas várias senhoras, que regularmente vêm ao cemitério e que vão renovando as flores de acordo e a gosto de quem se prontifica a fazê-lo». É no mínimo um gesto BONITO!
P. S. Se repararmos nas datas, podemos concluir que no próximo dia 22 de Out. ( quinta-feira ) serão passados 44 anos sobre a data da morte do homem que em vida se chamou Jean Tyssen.
A concluir só resta acrescentar que o homem PROMETERA no seu discurso e outros mais tarde RESPEITARAM!... Agora jaz num dos cemitérios onde também repousam os corpos de muitos mineiros!
Vamos desta vez procurar entender um pouco melhor o que se terá passado nas nossas "barbas":
- É um pouco estranho para o comum dos mortais, que um dia já distante do século VINTE, possivelmente, um pouco antes da 2ª Grande Guerra e seguramente depois da 1ª Guerra Mundial, que um indivíduo, oriundo do centro da Europa, venha até Portugal, adquira uma vasta zona de exclusividade para a exploração de carvão a quem foi atribuido o título:- ECD (Empresa Carbonífera do Douro L.da). Esse homem chamava-se JEAN TYSSEN e tinha a nacionalidade belga, tanto quanto se sabe, mas desconhecemos completamente de qual zona da Bélgica se tratava, uma vez que é um pequeno país, mas com três zonas e três lìnguas bem diferentes:- francês, flamengo e alemão. Em princípio, a sua naturalidade seria numa destas três zonas, mas o mais importante era conhecer o incidente ou incidentes que teriam estado na origem da sua vinda até ao nosso país, porque também é sabido que explorações mineiras na Bélgica e deste país até Portugal eram aos milhares e isso é que espanta!...
Seja como for, o nosso homem de negócios chegou até esta zona do Douro e chegou a ser por algum tempo a figura grada da Administração, muito embora nos parecesse não ser muito presente, talvez, porque a estrutura que veio a criar lhe desse essa permissa, uma vez que terá delegado no filho, esse sim mais presente, a residir algures no Estoril e que duma forma regular aparecia nas minas do Pejão.
Jean Tyssen apareceu muitas vezes em público na década de CINQUENTA, mas foram raras as vezes em que usou o discurso, talvez porque fosse avesso a esse tipo de comunicação ou por outras razões que desconhecemos e que para o caso também pouco importam... Mas a construção do Hospital em Oliveira do Arda, para todas as famílias do Couto Mineiro, foi um estrondoso sucesso e que deu muita FAMA à Carbonífera e todos nos recordamos da festa grandiosa levada a cabo aquando da sua inauguração! Não era caso para menos!...
Penso que não vou errar, ao divulgar que foi precisamente no calor desta festa, que Jean Tyssen usou da palavra e que os altifalantes espalharam por todo o exterior do novo Hospital e fazendo eco por aquelas colinas adjacentes ao Douro e ao Arda... A dada altura do discurso, o nosso homem num português com sotaque "estrangeirado", faz a seguinte afirmação:
-« Quando "MORER" quero vir para junto "DE" meus "MINEIRAS"»
Entretanto, os tempos iam passando, muita água o Douro e o Arda sem cessar permitiam que corresse para o Atlântico, como era seu compromisso e que sempre respeitaram, enquanto a labuta também continuava no interior e fora das minas! Naturalmente, que o pessoal das minas também trocava impressões e lembro-me perfeitamente de ouvir comentários convictos de que não acreditavam minimamente na afirmação do homem MAIOR e de certa forma LONGÍNQUO, quando dizia que quereria mais tarde "morar" com os mineiros... Não passava de retórica - diziam - e este convencimento até se compreendia, porque na época, os beirões, regra geral, eram fechados sobre si próprios e por via disso desenvolveram certo tipo de defesas, que, acreditavam, os ajudaria a viver ou a sobreviver melhor. De facto, era complicado num cenário tão real como aquele que se vivia em Portugal nos meados de Cinquenta, acreditar em afirmações dum senhor que mal conheciam, dono principal dum empório e naturalmente dono duma grande fortuna, convenhamos.
A história poderia ficar por aqui, mas não vai ficar, porque há novos elementos, que, felizmente consegui recolher, e, que, esses sim, completam parte das interrogações e das dúvidas aqui já contadas. Tomem atenção:
- No dia 17-10-2009, entrei despreocupado e sòzinho no cemitério de Oliveira do Arda e dirigi-me a uma senhora, que, muito concentrada, tratava de arranjar a sepultura de alguém muito querido, perguntando-lhe se não existiria naquele cemitério alguma sepultura com os restos mortais de algum membro da família Tyssen; a senhora foi muito amável e levou-me junto duma simples sepultura toda ela em granito, sem fotografia alguma e com os dizeres seguintes:
JEAN TYSSEN 27.03.1895 HOMEM BOM, AMIGO DOS
22.10.1965 SEUS OPERÁRIOS, JUNTO
DOS QUAIS DESEJOU
SER SEPULTADO.
HOMENAGEM DOS MINEIROS.
Faltará apenas acrescentar uma pequena inconfidência que a gentil senhora me deu a conhecer e que por amor à verdade não vou esconder. Disse-me a senhora:
-« Esta taça ( referindo-se à única taça que solta havia sido colocada sobre a pedra granítica) é enfeitada pelas várias senhoras, que regularmente vêm ao cemitério e que vão renovando as flores de acordo e a gosto de quem se prontifica a fazê-lo». É no mínimo um gesto BONITO!
P. S. Se repararmos nas datas, podemos concluir que no próximo dia 22 de Out. ( quinta-feira ) serão passados 44 anos sobre a data da morte do homem que em vida se chamou Jean Tyssen.
A concluir só resta acrescentar que o homem PROMETERA no seu discurso e outros mais tarde RESPEITARAM!... Agora jaz num dos cemitérios onde também repousam os corpos de muitos mineiros!