terça-feira, 5 de julho de 2011

A BELA CIDADE DO DOURO EM 2063! (4ª Parte)

Este projecto mineiro na serra da Boneca para ser rentável, previu logo à partida um conjunto de situações, que seriam aceites pelas partes envolventes e que pouco ou nada tinham a ver com outros projectos mineiros conhecidos e de que restam ainda algumas memórias... Desde logo, porque os processos de trabalho não seriam os mesmos que foram utilizados nesses tempos, devido às tecnologias introduzidas e que possibilitarim a introdução de máquinas sofisticadas, com capacidade para romper nas galerias sem ter que recorrer aos ancestrais processos do dinamite, que tinham inconvenientes vários, sendo de destacar um dos principais e que dava origem à Silicose, a doença mais grave neste género de indústria, que derivava da falta de boas práticas de segurança e que foi responsável pela morte prematura de milhares de mineiros no século passado!...
Isto significava também uma maior produtividade, já que era possível, aplicar nas várias frentes outras tantas máquinas, que trabalhando de forma autónoma, durante horas seguidas, e, que, só paravam, para que os operadores tomassem as suas refeições, trocassem de turno, ou ainda para as necessárias revisões às máquinas perfuradoras e obrigatoriamente às pastilhas de corte.

As velocidades de progressão destas máquinas circulares eram feitas de acordo com a dureza das rochas e dos minérios a elas associados, mas eram manobradas por operários especializados, quase todos portugueses, mas também de outras nacionalidades, europeia e sobretudo asiática, confirmando desta forma a tão discutida e apregoada globalização!...

Convém referir, que todo o pessoal contratado e com ligações à produção, trabalhava no sistema de laboração contínua, uma nova forma na indústria extractiva, porque outro sistema não seria sequer aconselhável, uma vez que quase toda o minério extraído seguia por barco com capacidades que rondavam as setenta mil toneladas e que aguardavam algumas semanas à carga no porto de Leixões, à espera que barcos de menor calado completassem a sua carga, numa tarefa de vai-vem permanente entre a Foz do rio Mau e o maior porto artificial do norte. Esta tarefa fazia com que três barcos de igual capacidade estivessem destacados para esta tarefa marítima entre o nosso país e a República Popular da China... O contrato também previa, que aqueles cenários degradantes de entulheiras, tão comuns junto das explorações mineiras não tivessem lugar neste empreendimento!... Todos estes desperdícios eram aplicados nos mais diversos projectos, desde estradas, pontes, edifícios, obras de defesa da costa marítima e em outros projectos similares. Estas rochas já trituradas, saíam para o exterior das minas através dum segundo Poço Mestre, para não colidir com a produção de minério propriamente dita, que saía pelo Poço Mestre de maior visibilidade e interesse, por ser dali que saía o minério bem mais valioso! (CONTINUA)



1 comentário:

  1. Ora Viva.
    Muitos parabéns pela tua imaginação.
    Não paras de surpreender pela positiva.
    Muita força.
    Um abraço
    Valdemar Marinheiro

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