Se guardo recordações ou memórias, fico a pensar que aos outros acontecerá coisa idêntica, e, acontecerá, com certeza, que as boas e más recordações ficaram a morar no mesmo patamar de um cérebro que se limita a fazer unicamente o que lhe compete, sendo certo que nos dá muito mais prazer relembrar aquilo em que nos saímos melhor, preferindo até, que as piores recordações nem existissem, ou, na pior das hipóteses, fossem ocupar uma zona mais cinzenta do nosso cérebro, uma espécie de penumbra, já mal iluminada, onde o esquecimento viesse a acontecer num prazo que fosse curto como convinha.
Todavia, já achamos muito reconfortante, visionar em pensamento os momentos que identificamos como os mais bem conseguidos, porque achamos que nos deram as maiores alegrias, e, esses factos saborosos, servem de estímulo para que continuemos a sonhar com futuros momentos, se possível, iguais, numa espécie de repetição, que a acontecer já não teria os mesmos cenários de outrora...
Entretanto, uns mais que outros, terão conseguido lidar com as boas lições, que a vida foi ou vai proporcionando, onde as escolhas vão ter de ser feitas depois de o raciocínio e a serenidade actuarem como conselheiros.
Ao longo das nossas vidas lidamos com gente sábia, que nos ajudou, sem saber, naturalmente, que o estariam a fazer e a quem ficamos agradecido. Assistimos também a bons exemplos dirigidos directamente a terceiros de que fomos testemunha, mas, que, infelizmente, acabariam por "cair em saco roto"... De entre esses queria destacar aquele que acabou por me chocar e que não resisto a contar:
-« Há seguramente vinte anos, encontrei-me por casualidade a almoçar na mesma mesa de um restaurante com outros dois profissionais que laboravam na mesma companhia e foi por essa razão que nos viríamos a encontrar naquele local e àquela hora... Falou-se de várias coisas, como sempre acontece em situações semelhantes, mas em determinado momento o homem de mais idade, aproveita a ocasião para relembrar ao mais jovem que tivesse mais cuidado, porque vinha a observar - há já algum tempo - que a forma como se comportava no comando da sua pesada moto, era de molde a prever que iria acabar por se matar!... A seguir, deu-se ao cuidado de explicar e contou até que tomara parte em corridas de motas de grande cilindrada em várias cidades de Angola durante a sua juventude, e, que, a experiência aí adquirida, levavam-no a prever a tal fatalidade, se, entretanto, não viesse a mudar de comportamento... O jovem lá se justificou e deu mostras de não aceitar o palpite ditado pela experiência e foi buscar até alguns argumentos, que fariam dele um condutor à altura das velocidades e dos zig-zagues com que brindava quem observava tais habilidades! Passaram- se umas duas semanas, o tempo suficiente para que a notícia chegasse até nós, dando conta de que o jovem havia tido morte imediata num despiste a cerca de cem metros da casa onde morava na Granja, ali próximo de Espinho...»
Avisos deste e de outro teor são o pão nosso de cada dia, mas alguma experiência, vai-nos alertando, de que há fases na vida dos humanos em que os conselhos raramente são aceites, por teimosia, dizem alguns, enquanto outros culpam a imaturidade e a irresponsabilidade!... E será só isso?!...
Amigo Piko
ResponderEliminarA toda a hora deparamos com inconscientes em especial nas nossas estradas, e embora não tenhamos a certeza se levaram os avisos Pessoais que o da Mensagem levou, não é menos verdade que as rádios e Televisões se fartam de aconselhar as Pessoas a terem uma condução civilizada, o que em muitos casos infelizmente não acontece, com as consequências conhecidas.
Um abraço
Virgilio
Talvez eu tenha sido mais cauteloso e acreditando nas notícias que nos íam chegando até Moçambique de que aqueles que compravam motos de grande cilindradada e traziam para cá muitos deles tinham fim trágicos.
ResponderEliminarNão fui tentado porque compreendi que as estradas cã não tinham condições. Hoje conheço pessoas que sofreram graves acidentes e sofrem por isso, mas segundo me dizem aquilo é mesmo uma grande paixão. Não os censuro, porque reconheço que por vezes podem ser acidentes gravíssimo e não ser grande a velocidade. Até segundo me dizem de motas os condutores de ligeiros são muito mais cavalheiros para eles do que os dos pesados. verdade que quando se apróxima de nós uma moto de alta cilindrada fácilmente nos apercebemos da sua presença pelo barulho.
Correm imensos riscos, mas deve ser uma sensação única!!!
Como gosto de as ver passar em grupo, desejo-lhes a melhor sorte do mundo e sempre que me seja possivel tudo farei para facilitar a sua circulação.