Foi já há vários dias que tivemos a oportunidade, não muito rara, de ouvir um homem do interior duriense e que me pareceu ocupar lugar de alguma responsabilidade, trazer à baila, ou ao conhecimento da Nação, a sua inquietação quanto ao futuro de toda a zona do Alto Douro, mais conhecida por Douro vinhateiro, e, que, muito justamente, foi considerada como património mundial! Dizia o sujeito, no fundamental, que todo aquela riqueza das vinhas em socalco, corriam sério risco de desaparecer, e, se, mais tempo de antena tivesse, ainda íamos ter pena do homem, tal a lamechice continuada, como se andássemos a "ver passar os comboios"!...
Logo à partida e para começar não percebemos qual a finalidade de tais lamentações, porque temos até grande dificuldade em perceber todo aquele quadro negro que pretendeu passar para todo o país... E não é para alimentar polémicas, que, geralmente, não passam disso e não têm resultados práticos para as pessoas e para as regiões!
O que não dá para perceber é onde estão os grandes futuros males de uma das regiões do interior com mais sucesso, onde se investe há centenas de anos, como é do conhecimento geral nas vinhas e vinhos de altíssima qualidade, onde os ingleses, portugueses e outros se instalaram e continuam sem queixumes, porque foram bem sucedidos, naturalmente... Achamos muito estranho, tais lamentos em relação ao futuro, quando com o mundo global que aí está, até os chineses e outros povos poderão ser futuros clientes de uma bebida, que, se mantiver a qualidade, não correrá riscos...
Já para não falar no turismo, que continuará a "vender" e ninguém desconhecerá que a navegabilidade do rio Douro foi um novo maná para o Alto Douro! Surpreendeu-nos o facto do cavalheiro nem sequer ter falado nesta nova realidade, e, já agora, que "estamos com a mão na massa", é justo que se diga, aqui e agora, que as gentes do Baixo Douro, que em nada terão beneficiado com a navegabilidade do rio, nem um queixume lhes temos ouvido nas televisões, nos jornais ou na rádio, sabendo nós, que do lado de quem beneficiou, não há a coragem de querer ver, por egoísmo exacerbado e ridículo, que toda aquela zona deveria ter acesso a contra-partidas, mas, infelizmente, mesmo num país livre e democrático, é muito raro valorizar quem é digno, leal e correcto!
Entendemos que é o momento certo para recordar, aqui e agora, que no seio deste povo, há quem queira continuar a olhar grande parte dos dias - quase não dormem - para o seu umbigo, mesmo depois de terem sido contemplados com ajudas estatais, julgando-se uns senhores da República, que têm de ser acarinhados, mas é preciso relembrar esta gente com alguma rudeza, se necessário, que terá chegado a hora de retribuir a favor de um país, que acabou cansado de dar tanto e sempre em favor de quem nem isso reconhece!... Haja sentido pátrio, ou será preciso legislar sobre tão evidente matéria?!
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