Quem como nós foi ensinado a ler as obras de alguns dos mais sonantes do neo-realismo português, já quando éramos mais crescidinho, logo virou adepto e a explicação até é simples de perceber! Estamos a comentar uma escrita de uma época ainda bem próxima - meados do século vinte - que teria como objectivo "furar" um certo bloqueio, que havia tomado conta da vida deste país, que, não encontrava limites no seu âmbito e que atingiu a própria literatura - também ela controlada - duma forma acérrima, até finais dos anos sessenta, pelo que nos foi dado observar...
A escrita incisiva do mestre Aquilino, fez-nos compreender que éramos ainda um povo que "remava" contra a desdita e que punha a nu as dificuldades de um país rural e atrasado, devido ao abandono a que fora botado por um poder matreiro e ardiloso, onde se podia também ler, aqui e além, acerca de algumas referências que atestavam a existência de conceitos ainda enraizados nas cabeças de populares e que vinham dos primórdios e não eram outra coisa senão a pujança de um povo bastante antigo e experiente nas dificuldades, disposto a analisar e só depois a decidir! Como deveria ser!...
Entretanto, as décadas foram passando e já ninguém faz referências a Alves Redol ou a Soeiro Pereira Gomes, nem se sabe bem porquê, mas podemos pensar que poderá ter acontecido uma espécie de complexo, que terá atingido muitos portugueses, que adoptariam outras "modas", e, não quererão, agora, parar um pouco e olhar para trás para reflectir quem já fomos e como deveríamos ser! Será, talvez, por isso, que já não se discute os princípios que nos deveriam nortear como povo, antes preferem e adoram falar à volta de números - que muitos deles mal dominam - e que assentam em bases pouco sólidas, para não dizer falsas, pondo de lado um princípio bastante antigo e que nos diz:- « A mentira tem perna curta!» Na verdade é uma missão quase impossível, nos dias que correm, "tentar tapar o Sol com a peneira", porque com os meios que estão no terreno, mais hora menos hora, as agências noticiosas põem cá para fora não só as notícias, mas até os comentários... Só que a mediocridade é tamanha, que não dá para ver a figurinha que fazem!... Claro que estamos a generalizar.
A nós sempre nos ensinaram que "o crime não compensa", mas assistimos a partir dos anos oitenta ao desplante de quadros portugueses formados em universidades a tentarem incutir nas empresas, um novo hábito acabadinho de chegar da "estranja" e que "rezava" assim :- « O que hoje é verdade, amanhã poderá ser mentira!» Tal e qual...
O que é lamentável, para não lhe chamar coisa pior, é ver como esta gente que luta para vencer sozinhos, tenta semear tudo o que lhe é transmitido, quando sabe que está a ir pelo pior caminho e com consequências difíceis de imaginar para um povo, que, vai ver-se confrontado, mais dia menos dia, com contradições difíceis de superar! Quem leu "QUANDO OS LOBOS UIVAM", sabe aonde queremos chegar, mas, infelizmente, a ganância roubou o discernimento a filhos de muito boa gente e o mal foi começar!...
-Com o que Pedro sara, Sancho adoece!
Etiquetas: escritores; neo-realismo; ruralidade; complexidades; números; hábitos; tribunais plenários; tradições; partidos políticos.
Pois é Amigo Piko, estamos entregues á bicharada, acredito que muitos não falarão no passado por puro desconhecimento (refiro-me em especial a malta mais nova que não lê, nem vê noticias) estou também a generalizar mas infelizmente noto isso, até da vida Politica estão completamente a leste, mas há os que conhecem a História e não estão interessados em beber os seus ensinamentos, a ganância tomou conta do «rectângulo» como diria o outro: é o nosso fado.
ResponderEliminarUm abraço
Virgílio
Gostei de lêr e ponderar. Necessitamos de estas chamadas de atênção para que não descuremos destes ensinamentos que tanto úitl nos pderiam ser.
ResponderEliminarFalamos escritores com quem estive muito familiarizado e foi muito bom citares o seu nome para que nos vrnha à memória a sua importância.
Um abraço e continua com essa força. conheciemntos não te faltam.