segunda-feira, 10 de maio de 2010

UM ASSUNTO BEM SÉRIO!. ( 1ª Parte )

As operadoras de TV põem à nossa disposição canais e muitos canais, às centenas, mas a realidade diz-nos que grande parte, a maior parte nem sequer é visionada, porque trata de temas para os quais não estamos vocacionados, como as passagens de modelos e até alguns desenhos animados, que afinal nem funcionam a maior parte do dia...
De facto, há um canal nacional que é a RTP2, que tem merecido a nossa procura, porque, regra geral, brinda-nos com alguma qualidade e merece ser referenciada por alguns dos programas que vai apresentando aos tele-espectadores portugueses!
Ontem, domingo, tive a grata surpresa de ver ali o programa BIOSFERA e deliciei-me com aquele programa do princípio ao fim e dei por mim a concluir, o que já concluira há muito tempo a esta parte: - Sem uma Democracia, não era possível ver ali ser tratados os temas que aquele programa aflorou e que esclareceram bem quem quis ser esclarecido e que estivesse de boa fé, claro... O assunto apresentado tinha a ver com o pequeno rio Tinto e a forma como tem sido tratado, desde a nascente até à foz no rio Douro, na margem direita e já com a cidade do Porto à vista... Neste local, foi autorizada a construção duma marina, de todo desaconselhada pelos especialistas, que denunciaram os muitos atentados que ao longo das últimas décadas têm sido consentidos pelos poderes públicos a começar pelas autarquias e pela Junta Metropolitana do Porto, com a autorização da construção de casario nas zonas adjacentes ao rio Tinto, com os esgotos que para ali são encaminhados e que chegou ao atrevimento de entubar o próprio rio num espaço que permitisse depois a construção de algumas valências de interesse para a comunidade, como seja, uma piscina Municipal e outras, que, sendo uma mais valia, podiam e deviam ser equacionadas para outro local.
Pelo meio, segundo os intervenientes do programa, houve troca de terrenos e claro o interesse de particulares, que também quiseram aproveitar tão "gentil oferta"...
Esta decisão já vem dos anos noventa em que um tal major, decide por "voto de qualidade" o castigo de um pequeno rio, incapaz de se defender e apelar para um sítio algures na Europa ou no Mundo, uma vez que os mais entendidos académicos não foram escutados, ou pelo menos atendidos nos seus reparos!...
A determinada altura, alguém chegava ao ponto de afirmar que os alemães e os noruegueses neste preciso momento estão a tratar estes problemas de forma bem diferente, mas que deverão estar errados e os portugueses, esses sim, é que estarão certos!... Estava a ironizar, é claro!
Sendo certo que vivemos em Democracia, como é possível que estas coisas ainda vão acontecendo?!... É até de admitir que outros casos idênticos e até mais graves estejam a suceder em outros rios por esse Portugal além, mas aqui houve a coragem destes especialistas, que cumpriram o seu papel de divulgação mas também de formação, para quem, como nós, não é um entendido na matéria, percebendo-se, por este exemplo, da utilidade dos dinheiros públicos na formação de académicos capazes e descomprometidos!
( Continua )

1 comentário:

  1. Um tema importantissimo.
    Há muitos anos que esta luta para despolir o rio Tinto começou.
    Os amigos do rio tem tido um papel importantissimo e exemplar que deveriam ser uma lição a aprender para muitos Dourienses.
    Permite que te deia os sinceros parabéns pela forma como desenvolves o tema e alertas as pessoas.
    Infelizmente o nosso Douro também diáriamente é apunhalado cobardemente, só que eles por restrições de todo o tipo conseguiram que a grande maioria das gentes ribeirinhas que ainda lá residem, vivam de costas viradas para o seu Rio como forma de protesto para com os responsáveis, que indeferentes a tudo isso e sabendo deste desalento vão em cada dia mais o apunhalando.
    Espera-se, que alertas como este sirvam, para mostrar às nossas gentes dourienses que, o nosso Rio Douro será um bem a conservar.
    Esperando que em cada dia os amigos do Rio Tinto consigam vencer as batalhas difíceis que tem vindo a travar com os poderes instituídos.
    Querer é poder.

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