quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Homem simples mas FIRME! Merece ser Recordado!...

Era o mais novo dos irmãos e aos dezoito anos resolveu estrear-se como mineiro em Germunde, por pensar, que chegara a altura certa de arranjar alguma independência financeira, que não tinha no dia a dia duma lavoura de subsistência a que os seus pais davam continuidade...

A incorporação militar no quartel militar da Serra do Pilar veio interromper tão audaciosa profissão de mineiro, ao mesmo tempo que lhe dava a possibilidade de aperfeiçoar os conhecimentos práticos que desenvolvera na barbearia de seu pai, numa velha sala sem condições e com ferramentas toscas e primitivas, causadoras, por isso, de algum desconforto aos clientes daquela aldeia ...
Assim que termina o serviço militar, regressa em definitivo a Pedorido, mas agora mais maduro, com novas ideias em relação ao seu futuro e também mais apto profissionalmente, porque praticara a tempo inteiro em cortes de cabelo e em barbas mais exigentes e os contactos com toda a oficialidade daquele quartel deram-lhe uma outra tarimba para regressar, mas muito mais capaz! Por sorte, na década de CINQUENTA a sua aldeia era o centro nevrálgico do Couto Mineiro e o nosso homem decide dedicar-se por inteiro à profissão de barbeiro; constrói uma nova, mas pequena barbearia no prolongamento da velha casa dos pais, com quem ficara a morar e nunca descurando com estes do cultivo das terras. Naturalmente, que não rejeita a clientela do progenitor e junta-lhe agora uns tantos escriturários da Carbonífera, jogadores de futebol, segura e alarga toda a juventude da terra e até de aldeias vizinhas e dá especial atenção a clientes domiciliários.
Um desses domicílios era o abade da paróquia, que de tempos a tempos mandava recado por "correios" habituais e já muito conhecidos do nosso barbeiro, a marcar o dia e a hora em que deveria comparecer. Tudo rolava pelo melhor, mas um dia o bom relacionamento com o padre iria ter um fim! Sem que nada o fizesse prever as coisas aconteceram ... quando um dos " moços de recados" do abade combina a data e a hora para o habitual domicílio na residência paroquial.
Não querem saber que o "ilustre" cliente se apresentara ao seu barbeiro já de cabelinho e barba aparadinhos?!... Era lógico que o assunto a tratar não era de índole profissional, porque o abade descobrira por uma espécie de pide, que com o tempo montara na aldeia e que trouxera ao seu conhecimento de que o barbeiro solteirão, também andaria a "pisar o risco" da moral e dos bons costumes!... Afinal, quem mandava e decidia naquela linda aldeia do ARDA?! O autoritarismo do dono da igreja e do rebanho, deu aso a violenta discussão no interior da residência a que só terá assistido a empregada de serviço...
Claro que as homilias seguintes do padre trouxeram a desavença para a praça pública, como era muito habitual desta figura, que não se cansava de vociferar contra o "prevaricador" sem nunca pronunciar o seu nome; entretanto, já tinha dito o esssencial para que toda a aldeia ficasse "esclarecida"... Enquanto isto o nosso barbeiro desliga totalmente do assunto, deixa de ser cliente da igreja, continua virado para a sua dupla tarefa, ou seja, da barbearia e do cultivo dos campos e continua a manter a mesma postura e a mesma atitude com todas as pessoas da referida aldeia!
Para acicatar ainda mais o homem da batina e da coroa, resolve viver maritalmente à revelia da igreja católica, trazendo da aldeia vizinha a sua noiva, que muito naturalmente com o andar dos anos o presenteou com vários filhos; a união entre os dois era mesmo para valer!...
Voltaram as inflamadas homilias, carregadas de ódio, que duraram alguns domingos, mas que não tiveram quaisquer resultados práticos! Se o padre era pequenote no tamanho, mas destemido no propósito, o barbeiro era também valente e dono de forte personalidade, do melhor que na época havia na aldeia... De resto, os clientes da barbearia não deixaram de o ser, assim como se mantiveram os clientes que fazia aos domicílios. Com o tempo a coisa sossegou e o padre viu-se obrigado a "meter a viola no saco" e toda a aldeia percebeu, que o barbeiro foi dos poucos a ganhar uma disputa ao padre, mas foi preciso possuir uma têmpera forte e perceber, que tudo tem o seu limite, e, neste caso, o limite acontecera, quando uns anos antes o bom povo de Pedorido recebera confiante e de braços abertos um padre, que com o passar dos anos se viria a destacar, pelo péssimo contributo que veio dar a esta gente e por arrastamento à própria igreja católica, que representou até ao fim!
Exemplos?! Eles foram tantos que nem merece a pena enumerá-los!...
Entretanto, o nosso barbeiro já partiu, mas ficou o seu exemplo de verticalidade!
Merece ser recordado e a sua atitude firme, merece ser conhecida das gentes do futuro!

A MELHOR FORMA DE DAR A CONHECER A NOSSA TERRA É DIVULGÁ-LA!!!
UM ABRAÇO DO TAMANHO DO ARDA PARA PEDORIDO!

sábado, 14 de novembro de 2009

Duas aldeias, um Rio, duas formas de vida!...

Se fizer uma retrospectiva aos anos SESSENTA e recuando mesmo até finais dos anos QUARENTA, ou seja, àquele período pós 2ª guerra mundial ( anos de 1948, 1949, 1950 e seguintes) fico com a nítida impressão de ter vivido em países diferentes, o que não foi o caso... Estávamos no mesmo país, apenas o Douro separava estas duas localidades e era a fronteira natural, como ainda hoje é. Curiosamente, a religião era a mesma, com uma ligeira diferença, que não acrescentava nem tirava nada ao caso:- A aldeia da margem direita exibia uma pequena e humilde capela, enquanto na aldeia da outra margem era notório a imponência, pelo menos no exterior, de uma igreja nova, ali bem junto do rio, contrastando, de facto, com todas as freguesias e aldeias de todo o Couto Mineiro; esqueceram-se, sòmente, o mentor ou mentores de tal projecto, na ocasião, de um pormenor que lhes terá escapado, ou não; estou, naturalmente, a referir-me ao cemitério, que, mesmo ali ao lado, ficou como que o parente pobre de toda esta história e a marcar, talvez, até aos nossos dias, a falta de rigor e até de respeito para com a memória dos que nos antecedem! É curioso assinalar que na aldeia da outra margem, onde a capela era mais pequena e humilde, existia também um cemitério, mas que mantinha quase que uma perfeita harmonia com o meio envolvente, e que não se sobrepunha, nem diminuia à referida capela.
Sem pretender ser rigoroso porque tinha seis e sete anos, retive, alguns dados de alguma vivência nessa pequena aldeia, no sopé da Serra da Boneca, que, por ser pequena, nós os miúdos, corriamo-la duma ponta à outra... E, por ter sido assim, recordo que num dos limites da aldeia morava um homem com alguma idade e a quem chamavam Padre Manel; quero acreditar, que uma das ruas que hoje tem o nome de PADRE MANUEL, terá a ver com a mesma figura do homem que conheci em miúdo... Recordo, perfeitamente, que a estrada marginal era novinha em folha e com muito pouco trânsito, e, talvez por isso, a miudagem da aldeia jogava ali amiudadas vezes à bola e um pouco mais acima ficava a tal moradia do padre Manuel, e, creio que, mesmo ao lado, existia uma oficina, penso que de carpintaria, onde regularmente trabalhavam o referido abade, com cerca de meia dúzia de colaboradores, todos do pequeno lugar e que se dedicavam ao fabrico de colmeias.
Fiquei com a ideia de que este homem da igreja católica repartia a sua vida por estas duas funções, ou seja, como padre da pequena paróquia de Rio Mau e como profissional, ou artesão, na área da indústria do mel. Esta dupla actividade num padre, marcou-me muito positivamente pela vida fora, por considerar um bom exemplo de cidadania e que nunca mais me foi proporcionado ver!... Depois, fiquei ainda com a ideia bastante vincada, de que nos últimos anos da década de QUARENTA, Rio Mau tinha uma comunidade que vivia uma certa paz, bastante unida e que deixava transparecer uma boa disposição e até uma certa alegria, muito embora a vida das pessoas não fosse nada fácil! Não temos dados para garantir que foi tudo obra do padre Manuel, mas não nos custa admitir que também terá contribuido e muito para esta coesão como povo, porque de seguida a mesma igreja " lançou " outro tipo de padres, mais profissionais, sem duplas tarefas e isso pode ter feito a diferença!... Claro que nessas novas "fornadas " de padres também apareceu uma ou outra excepção; há sempre excepções em tudo, mas é terrível ter de assistir e suportar na nossa juventude, a atitudes continuadas de abuso de poder sobre povos, sobretudo sobre os mais humildes, que só mereciam ser compreendidos e ajudados a libertarem-se de uma cruz pesadíssima , que já vinha muito de trás, soubemo-lo mais tarde... Devo admitir que aprendi muito mais até aos sete anos com um velho padre que até nem falaria muito, mas que uniu e não dividiu e que deu como exemplo o trabalho honesto e continuado!
Temos por hábito em Portugal, procurar no estrangeiro os provérbios que nos costumam dar a inspiração para os bons exemplos, que achamos conveniente escutar e se possível seguir; estou a lembrar-me do provérbio chinês « Se o teu semelhante tiver fome não lhe dês o peixe que pescaste, ensina-o antes a pescar». Se estivéssemos mais atentos, não necessitávamos de ir tão longe buscar bons exemplos; temos aqui, mesmo à mão de semear, o exemplo do magnífico padre Manuel, que viveu e deixou obra de valor e de futuro em Rio Mau! Já agora, porque não se divulga aos mais jovens quem era este bondoso homem, como viveu e os exemplos que deixou e que ainda hoje estão a ser seguidos?! Se a igreja não o faz, porque não é levado a cabo pela Junta, pela Câmara ou mesmo por outras entidades públicas ou privadas? Dir-se-á que foi há muito tempo, mas que eu saiba os bons exemplos nunca passam de moda, porque são pedagógicos!...
Contava-se que o "nosso" homem dizia, sabiamente, a propósito das guerrinhas que iam acontecendo um pouco pelo mundo fora e que os jornais e a rádio ( não havia televisão! ) faziam chegar ao público:« ISTO COMEÇOU MAL, VAI ACABAR MAL!», desabafava em jeito de profecia...
Esta frase, diz-nos muito, e, diz-nos, sobretudo, uma coisa que não engana:- Era um homem de paz e que temia que os humanos nunca aprendessem com os erros da História e não arrepiassem caminho... Está tudo tão actual, relativamente a esse tema, que ainda hoje podemos perguntar:

«... SERÁ QUE NÃO VAI ACABAR MAL?!... »

Enquanto que em Rio Mau se vivia esta saudável realidade, na aldeia de Pedorido quase nada era comparável!... E porquê, se até teria as condições objectivas que Rio Mau não tinha?!
Vamos já ver porquê:-Vivia-se o período áureo da Carbonífera e Pedorido era o centro nevrálgico do Couto Mineiro! Pode-se mesmo afirmar, que embora a vila de Castelo de Paiva fosse a sede do Concelho, do ponto de vista financeiro a freguesia mais periférica ocupava o centro de decisão, por ser ali que pontificava a maior empresa e a que gerava mais riqueza!... Então o que faltava a Pedorido para que na próspera década de CINQUENTA, este povo não tivesse os níveis de felicidade que no dia a dia usufruia o povo de Rio Mau?! Naturalmente que as razões seriam várias e duvido que todas venham a ser conhecidas, mas uma das razões é segura e os factos comprovam-no:- À frente daquela paróquia havia sido colocada uma figura, que do ponto de vista humano, era como que o oposto do padre Manuel e que se preocupou no fundamental, em utilizar no dia a dia, a "velha" mas sempre muito utilizada fórmula « DIVIDIR PARA REINAR»!... Na época, a igreja católica tinha um peso ENORME sobre a vida das pessoas e o padre poderia desiquilibrar a balança; era como que a arma de dois gumes e aquela gente teve a infelicidade que não merecia; os factos são de uma evidência tal, que só uma grande aliança política entre o regime e a chefia daquela paróquia, explicam a vergonha com que impunemente se perseguia os mais humildes, utilizando processos e atitudes, que, ainda hoje, só de recordá-los, causam profundo mal estar nos cidadãos mais rigorosos no respeito pelo seu semelhante, sendo o desaforo ainda mais grave, se o desrespeito for cometido contra pessoas simples, que não conhecendo os seus direitos se tornam presas fáceis; mas, também é verdade, que os povos podem não ser muito cultos do ponto de vista académico, mas acabam sempre, mas sempre, por perceber quando foram ludibriados e usados e a "vingança" poderá tardar, mas não irá faltar:
-Em Rio Mau fala-se muitas vezes no padre Manuel e relembra-se o que fez de bom por aquela GENTE e como não se entenderia de outra forma, resolveram e bem, dar o seu nome a uma das ruas da aldeia! Foi um gesto nobre e bonito, que dignifica este povo!...
Na aldeia da outra margem do Douro, não se ouve nunca falar do tal padre que se esforçou tanto em dividir em vez de unir, nem conheço que tenham dado o seu nome a uma das ruas de Pedorido, e, nem nos blogs, o seu nome foi uma vez sequer citado...
CÁ SE FAZEM... CÁ SE PAGAM!
E convém nunca esquecer, para bem nosso, que o padre Manuel que viveu em Rio Mau e ali deixou bons exemplos e que ainda hoje perduram, já utilizava a inteligência e a paciência para ensinar os paroquianos a "pescar"! Ah, e muito importante, não era da CHINA!

Que pena, um Rio tão poderoso como o DOURO, não ter podido intervir e repôr também em Pedorido os níveis de felicidade que eram vividos pelas gentes de Rio Mau?!...
Afinal, os Rios não podem fazer o que só aos humanos compete!... E foi uma pena, UMA GRANDE PENA, porque naquela época as gentes de Pedorido, viviam, como que descaracterizadas, assim como numa espécie de hibernação humana!... E foi duro, porque doeu muito, e, pior ainda, deixou marcas nas gentes mais humildes da aldeia!


UM GRANDE ABRAÇO PARA PEDORIDO E RIO-MAU!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O rio Douro e dois bons exemplos!...

O Douro serpenteava por todo aquele vale depois de uma caminhada longínqua, dizia-se que de Espanha, mas fará hoje sentido pensar que grande parte das gentes ribeirinhas não teria uma ideia real das distâncias, nem conheceria outras pequenas parcelas do país a que pertencia, porque estavam todos muito ocupados numa luta diária pela sobrevivência deles e dos filhos, movimentando-se a pé ou de barco ou então conduzindo a junta de bois no rumo já habitual, com as tarefas que se tornavam já rotineiras de servir uma agricultura de subsistência e que nunca haveria de evoluir para outro melhor escalão!... Qual era o pescador do Douro, o lavrador, o barqueiro ou o mineiro que nas décadas de Trinta, Quarenta, Cinquenta e até Sessenta tinha condições para viajar e conhecer o SEU RIO até Barca d'Alba ou mesmo até à Régua?!...
Os barcos, todos os barcos eram feitos a pensar no trabalho para a sobrevivência deste povo vizinho do Grande Rio e na época nenhum barco era feito a pensar no lazer!.. Este pequeno barco desta minha curta história, não teria mais de cinco, seis metros de comprimento por dois de largura-apelidado de valboeiro- era utilizado para dois fins específicos: para todo o tipo de pescado de acordo com cada época sazonal e também era usado para a travessia de todas as pessoas que diàriamente, quer chovesse, quer fizesse sol, necessitavam deste transporte para chegar até um trabalho, num dos muitos que as minas de carvão ofereciam e que por vezes eram bem duros, bem como para outro tipo de objectivos que só era possível encontrar na outra margem, ou simplesmente porque havia um regular contacto entre as gentes das duas margens e que por via disso se conheciam muito bem... Porque as minas laboravam na margem esquerda e foram durante muitas décadas o maior empregador nesta vasta zona do Douro, acontecia que a maior clientela vinha da margem direita e o funcionamento destas travessias começava logo pelas seis, sete horas da manhã, durava todo o dia e prolongava-se pela noite dentro, porque os mineiros revezavam-se por dois turnos. Era muito habitual ver na travessia do Remoinho em Rio Mau, para lá da meia-noite, os pretendentes à travessia movimentarem a luz dos seus gasómetros da outra margem do rio, "chamamento" que se tornara um hábito a que os barqueiros de serviço correspondiam, tanto mais que quem aguardava na margem oposta não tinha comodidade alguma naquele ermo inclinado para o Douro... Nem um banco, nem um abrigo que fosse e porque regressavam de um trabalho árduo das minas, teriam ainda de aguardar cerca de vinte ou mesmo trinta minutos, até que o pequeno e ligeiro barco ali aportasse, para uma travessia que iria durar um tempo equivalente ao da espera, porque no rigor do Inverno e com mau tempo, não era" pera doce" ter de atravessá-lo nos dois sentidos e com o caudal na sua largura máxima! Eram pessoas audaciosas e de personalidade vincada, de não virarem a cara às grandes dificuldades, estas mulheres e homens que se fizeram barqueiros do Douro!...
É mais que justo neste preciso momento lembrar aqui duas mulheres de Rio Mau que durante anos e anos se dedicaram à difícil tarefa de "barqueiras" na travessia do Remoinho em Rio Mau, utilizando aquele pequeno barco e levando sempre a bom porto os muitos interessados em mudarem da margem direita para a margem esquerda e vice-versa! Já não me recordo dos seus nomes, só sei que seriam irmãs, que vestiam sempre de preto ( nunca lhes conheci outra roupa) e que chegaram ao ponto de salvar algumas vidas humanas, porque com tanta utilização do rio era quase inevitável os acidentes não se darem... O autor desta curta história também chegou a ser engolido pelas águas do Douro, bem lá para o meio do caudaloso rio, quando tinha cinco anos apenas e foi uma dessas duas irmãs, que me retirou duma morte mais que certa, apenas com uma das mãos e assim que apareci pela primeira vez à superfície, depois do aparatoso mergulho, porque me desiquilibrei do pequeno barco em movimento... Entretanto, já passaram mais de sessenta anos sobre tão triste episódio e que aqui registo, ao mesmo tempo que entendo ser meu dever dar a conhecer a fibra e a coragem destas duas mulheres, que se adaptaram duma forma notável a um trabalho difícil e de muito desgaste, prontas a decidir e a resolver qualquer problema que a profissão ou o próprio rio lhes viesse a colocar. Aqui deixo a minha singela homenagem e o meu profundo respeito, para com estas duas mulheres simples e que é justo aqui recordar!
Ao entrar na década de Cinquenta a minha família mudou-se para a outra margem e já a morar em Pedorido perdi o contacto com as "barqueiras" referidas na história, mas do outro lado do rio continuei atento e a ver com regularidade o mesmo desempenho das duas mulheres de negro, ora a caminho da margem esquerda, ora no sentido inverso... Aquele pequeno barco que parecia ser ainda o mesmo de anos atrás, movimentava-se como um pêndulo, da mesma forma de tempos idos e parecia deslizar pelos mesmos espaços e até as águas pareciam as mesmas!... Resta saber se as forças que imprimiam aos remos continuavam iguais, mas à distância notava-se que a personalidade e o empenho moravam ainda intactas naquelas criaturas... Duas grandes mulheres e mais dois bons exemplos que o Douro ajudou a descobrir!

Um grande abraço para Rio Mau!

Outro igualzinho para Pedorido!