quarta-feira, 25 de abril de 2012

ESPERAR PARA VER!

Passaram trinta e oito anos desde que os militares desapossaram o regime ditatorial que vigorava em Portugal! Depois daquela data foram dados vários passos, uns mais acertados que outros, por sucessivos governos e diferentes chefes de Estado... Um desses passos, nunca referendado sequer, seria a integração europeia, que viria a dar-se ainda nos anos oitenta, culminando mais tarde com a adesão à moeda única europeia no ano de 2001.
Ao chegarmos a Abril de 2012 e olhando para a sociedade portuguesa e até para a Europa, percebe-se, que a partir de 2008, mais precisamente, começaram a surgir problemas sérios na sociedade portuguesa, mas também em vários países europeus!
Não é o único, infelizmente, mas o desemprego, que não pára de aumentar, será sem dúvida a chaga maior, porque atinge toda a sociedade portuguesa, ao mesmo tempo que os governos tomam medidas drásticas e restritivas de redução de subsídios de vária ordem e que não são a solução, porque as falências das empresas não páram de aumentar e não há investimento produtivo. O desemprego é ainda maior nos jovens, uma boa parte com cursos médios e superiores que vao procurando na emigração o tal emprego, que por cá já não conseguem... 
Numa situação destas, nota-se uma grande divisão na classe política e uma grande falta de confiança nessa mesma classe política por parte dos cidadãos!
Chegados aqui, o que vemos?!... Uma classe política, que não assume os erros, melhor dizendo os seus erros, não tem uma visão de futuro que se entenda e se limita a levar por diante as medidas, que uma certa Europa (leia-se Alemanha), lhe vai ordenando em pacotes, sem fim à vista e de cujos resultados muitos duvidam, tendo em vista o que sucedeu na Grécia!
Os cidadãos portugueses sentem o que lhes está a suceder, porque vêem como a realidade tem alterado para pior, mas sentem que não têm soluções e tardiamente acordam como que dum pesadelo. Muitos deles, viveram neste sistema democrático convencidos de que bastaria ir às urnas duma forma regular e que acabaria por aí a sua grande responsabilidade! Uma boa percentagem, nem isso fazia, por razões várias, todas elas pouco condizentes e adversárias dum sistema, que vive e sobrevive melhor ainda, se sentir, que, as suas raízes, vão alimentar-se com regularidade nos espaços em que os humanos se movimentam.
Aquelas ideias feitas mas erradas, que a política só interessa aos políticos e a mais uns quantos, que não têm mais que fazer, só vêm pôr a nu as fragilidades dum povo que foi muito castigado num passado não muito longínquo por uma ditadura matreira e que contou ainda com apoios - ninguém sobrevive isolado - fundamentais, um deles, duma Igreja Católica para quem uma certa ignorância popular daria também muito jeito...
Para o bem e para o mal, os governos comprometeram-se com uma parte da Europa e por conseguinte a situação é bem diferente daquela que existia em 1974! É certo que o projecto europeu ainda está longe de ser concluído - pensamos nós - e mal foi começado, porque ainda as nações e os povos mantêm as suas identidades próprias, ou seja, um alemão é um alemão e um português continua a sê-lo, visto de dois pontos: o histórico e o cultural.
Todavia, por falta de visão política e de algum rigor - pechas visíveis à vista desarmada - o nosso país tem vindo a pôr-se a jeito para que de fora, neste caso da tal Europa mais rica, surjam medidas cada vez mais drásticas e que acabam por castigar uma grande parte da sociedade portuguesa, sabendo-se que uma outra parte se vem preparando para não ser afectada, ou seja, já se percebeu quem não quer alinhar nos sacrifícios!
Neste momento desconhecemos duas coisas importantes e que o futuro não deixará de vir a mostrar com toda a certeza:
a)- Para onde caminhará o projecto comum europeu e como caminhará, para já é uma incógnita...
b)- Que caminhos vão os portugueses e os seus responsáveis seguir no futuro para tentarem resolver alguns dos seus problemas mais sérios!... Será na Europa ou será fora da Europa?!
Vamos ter de esperar para ver!...

1 comentário:

  1. Ó Amigo Piko, dêem eles a volta que derem, estamos bem tramados, os Governos Nacionais, exceptuando França e Alemanha, (também Inglaterra mas esses talvez tenham escolhido o menor dos males, não entrar no Euro) mas dizia os Governos já não mandam nos seus próprios Países, muito menos agora que a dignissima Troika, colocou cá uns «patacos» para ir ajudando a pagar salários milionários, reformas douradas, e outras ainda mais escandalosas como a que hoje foi noticia de primeira página num Jornal, em que o Sr. Jardim Gonçalves que todos sabemos o que fez ao B.C.P., e mesmo assim dão-lhe uma reforma de 160.000 Euros Mês, uma vergonha que a Democracia não consegue pôr cobro, esta Democracia padece de doênça grave.
    Um abraço
    Virgilio

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