Não há um consenso generalizado... Entre os que conhecem a história e a nossa sociedade, uns dizem que sempre fomos um povo que soube dar a volta nas horas mais difíceis e apontam até exemplos diversos, de alguma heroicidade, enquanto outros, lá vão dizendo que isto já não é novidade e que volta e meia lá caímos em situações pouco recomendáveis, confusas e até conflituosas, mas que acabam por ser ultrapassadas, com esta ou aquela ajuda externa, só não dizendo nunca, os custos que foi preciso pagar, como se não fosse coisa relevante... Claro, que foi e será sempre relevante e qualquer criatura com os pés assentes no planeta sabe, que nas contas do deve/haver, todos os países querem ganhar para si os louros e os proveitos e quem determina na maior parte das vezes será aquele que estiver na mó de cima!... Nunca nenhum estadista cá do burgo se deu ao cuidado de nos informar acerca do deve/haver dessa tão apregoada aliança com a velha e matreira Inglaterra, mas, o que se ficou a saber com o célebre mapa Cor de Rosa, ali por meados do século dezanove, onde "reza" o essencial duma amizade fingida e interesseira, porque nós, os portugueses, podemos não ser o melhor povo do mundo, mas temos insatisfação e audácia que até daria para vender aos ingleses, mas estes, que sabem usar melhor a cabecinha para raciocinar e só depois agir, mesmo que seja para tramar o seu amigo, preferem ficar à espera, que os abnegados portugueses ou outros avancem, esperando de seguida pelo momento mais oportuno para aparecer e dar o golpe fatal... Ainda há pouco, tem ainda poucos anos, quando acenaram aos deslumbrados novos dirigentes portugueses com a possibilidade de entrarmos na dita CEE, nem quiseram pensar duas vezes e muito menos auscultar a opinião dos restantes portugueses, apressando-se a dar o SIM, como se fôssemos descobrir novos caminhos, agora para a Europa dos países mais ricos e onde mais uma vez iríamos encontrar os velhos e "amigos" ingleses, que, como todos sabemos, até quiseram ficar de fora do euro, deixando vir ao de cima, mais uma vez, toda a sua astúcia de mercantilistas... Não era novidade, que sempre padecemos de alguns tiques, mas, desta vez, chegamos a crer que iríamos pôr de lado alguns dos defeitos mais graves com a chegada de Abril!... "Santa ingenuidade a nossa", aliada à falta de experiência, porque uma data tem o seu valor histórico, mas nada mais que isso... Regra geral, os portugueses gostam de se iludir com as aparências e se for alcançado um lugarzito na função e que dê alguma visibilidade, tanto melhor, porque o mais difícil foi dar início a uma caminhada com que nem sonhariam, mas se apareceu, vão aproveitá-la de imediato, mesmo que nem sequer haja mérito, há que desfrutar e ficar com muita atenção, porque poderá surgir de seguida um lugarzinho um pouco melhor, sendo certo que os amigos A e B não deixarão de dar uma mãozinha nesse sentido!... A regra terá sido essa, porque se o país está a ser bem conduzido ou se vai a caminho de se estatelar num grande buraco não vem para o caso, porque todos os cinco sentidos estão apontados na tal carreira individual de sucesso!... Ou seja, a táctica individual - se é que havia táctica - pode ter começado um pouco por baixo no organigrama, mas, espera-se com sofreguidão uma e mais subidas, que seria bom não estacionar como deputado de um parlamento, que "foi chão que já deu uvas" - pensam os espertos - e no mínimo dos mínimos chegar a ministro, e, dali é só mais um "pulinho" para gestor dum dos grandes bancos ou das grandes empresas por cá sediadas... Um caminho diferente, ainda não foi feito nem sugerido para senhores tão "eruditos", talvez, por se sentirem solidários por um provérbio popular português que diz textualmente :« Para trás mija a burra!...» Estes senhores, todos sem excepção, vão morrer sem perceber o essencial e que desprezaram com todas as forças que tinham ao dispôr, apesar de disporem de tão boas oportunidades para deixar bons exemplos a um pequeno país como Portugal e que deles (bons exemplos) necessitava como do pão para a boca... Como foi possível, termos tido vários presidentes, milhares de deputados, ministros e presidentes de Câmara, que nunca se esqueceram de esgotar os mandatos como aponta a Constituição, e, no final desses mandatos, não haver um sequer, que se tenha oferecido para se candidatar desta vez ao cargo mais humilde de Presidente de Junta da Freguesia onde reside ou mora!... Isso não irá acontecer nunca, porque mora dentro deles uma sofreguidão permanente para o protagonismo, que domina a sua mente mesquinha e vaidosa, que gosta pouco de regras - regras sim, mas para os outros - nem quer conhecer limites para a decência, mas que apreciam saborear hipocritamente os ALTRUÍSMOS do nobre povo, e, que ainda por cima, se comportam nos piores mentirosos do mundo, vasculhando todos os argumentos justificativos com o fito de enganar os menos avisados, e baralhar, se possível, os mais avisados... Por todos estes motivos, não será de prever para este belo país um caminho de felicidade possível, porque até a ESPERANÇA necessita de exemplos práticos, mas credíveis, coisa impensável nas cabeças de pessoas que à primeira ou segunda oportunidade se deixaram vencer pelos vícios e no desprezo consciente pela ética e pelos juramentos de fidelidade!
Sonata Incompleta
Há 6 anos
Completamente de acordo, estamos entregues a políticos sem sentido de missão, apenas o vil metal os atrai, não acredito na sua regeneração, isto é mais do mesmo, mudam apenas as moscas.
ResponderEliminarUm abraço
Virgílio