terça-feira, 16 de agosto de 2011

O QUE NOS INQUIETA NO RIO MAU DE HOJE!...

Andei a adiar, mas algum dia lá teria de ser!... Podia não tomar a iniciativa, deixar o pequeno barco rumar para onde corresse o caudal de suas águas doces - por enquanto ainda doces - e os ventos mandassem, mas esse comodismo, esse relaxe, não casam lá muito bem com a minha maneira de ser e de estar nesta vida, que foi a única que conheci, por não ter tido outra...
Mas vamos ao que importa: «... É já um hábito, que se tornou comum em muitos riomauenses, desabafar com justificada alegria - nota-se e vê-se nos olhares - que Rio Mau foi no passado e é ainda hoje um Alfobre de Talentos!... Curiosamente, logo de seguida, ficam-se por aí, como se o dever fosse cumprido na íntegra e como se não houvesse mais nada a fazer... Numa sociedade aberta e plural como é aquela em que vivemos, isso não chega e é mesmo insuficiente ficando àquem, muito àquem dos mínimos aceitáveis... Nestas coisas não há regras bem definidas, mas somos levados a pensar, que não sendo por mal que estas coisas acontecem, tem como resultado um desleixo cultural que causa calafrios só de pensar nos efeitos negativos que resultarão para o futuro cultural destas gentes, que há algumas centenas de anos por aqui se foram instalando, por entenderem que seria no sopé desta bendita serra da Boneca que seriam capazes de criar as condições necessárias à continuidade das suas vidas e que valeria a pena todos os sacrifícios!...

Hoje, todos sabemos, que, sem facilidades, Rio Mau se foi transformando ao longo dos tempos e que suplantou mesmo freguesias à sua volta com algum gabarito e que reparavam na pequenez física de Rio Mau com algum desdém... Estas coisas acontecem com toda a normalidade sem ninguém as assumir, serão próprias de bairrismos, que, se não forem exacerbados, não trazem qualquer mal ao mundo e até ajudarão a adquirir um certo brio colectivo, que, de outra forma, nem seria fácil de arranjar!

Voltando ao tema, que reputo de transcendente importância, para vincular a opinião de que o reconhecimento público das figuras riomauenses, que se destacaram na cultura e no desporto no passado ainda recente, merece outra visibilidade, que não esta que tem sido dada, que me parece um tanto tímida e insuficiente... Sem ofensa e porque gosto de ser justo, parece-me, que na nossa linda e próspera aldeia se esqueceram ou puseram de lado os padrões de grandeza de outrora para se assimilar, ou se nivelar, pelos valores de grandeza de aldeias vizinhas que vigoraram no passado e que conhecemos melhor!...

A minha grande preocupação - poderá não ser só minha - reside no facto de perceber, que, este contágio negativo, irá passar para a actual e futura gerações, embora tenhamos também a certeza, de que aconteça o que acontecer, nada nem ninguém, poderá impedir Rio Mau no futuro de continuar a ser um Alfobre de Talentos!»

Nota: Este texto é uma cópia do que publicamos no Mural de Rio Mau em Movimento.

2 comentários:

  1. Ó Amigo Piko, como eu gostava de falar assim da minha Aldeia, mas as coisas não podiam estar pior, tem sido um retrocesso em todos os sentidos, a única coisa que progrediu? foi em número de automóveis, de resto é uma Terra sem nada, apesar de Sede de Freguesia, não tem sequer onde comprar um comprimido, Médico nem pensar, e talentos se os há, não aparecem, uma verdadeira tristeza, e está a 55 quilómetros da Capital.
    Um abraço
    Virgílio

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  2. Rio Mau tem tudo mas trabalhou para isso, esforçou-se lutanto contar os novos velhos do restelo, alguns bem jovens, que pela sua natureza pimba estão sempre de calças ao fundo dos pés à espera que venha algum senhor de fora coçar-lhes as partes. Não são eles quem decide dos destinos da terra, mal fora isso acontecer um dia pois íriamos assistir ao mais puro falclore anti-cultural alguma vez implantado aqui. E por falar em talentos de que dizem orgulhar-se os tais pimbar de que vos falei, onde estão, quem são, de onde vieram, onde nasceram, quais a suas obras? Parece que quem for bom a esvaziar barris de vinho tem assegurado o talento digno das páginas da internet. Parece que quem se dedica a festividades sem nexo, a leilões de angariação de fundos para comprar fuguetes e a dizer bem de certas entidades lambendo-lhes as botas, tem assegurado o título de grande talento. Não sei se é assim nas outras terras mas aqui em Rio Mau é de certeza e posso provar. Abraço amigo, custa a verdade mas tem de ser dita custe o que custar e doa a quem doer.

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