sexta-feira, 27 de maio de 2011

RELEMBRAR AS AVES É VOLTAR AO PASSADO!... (1ª Parte) ...

A Primavera caminha a passos largos para o fim!... Não é novidade para os humanos, mas as aves também não se deixam enganar! Se isso acontecesse seria grave, pensamos nós, mas as aves, vê-se que têm um sentido muito realista, porque farão leituras adequadas e que acabam por influenciar os seus comportamentos... A começar pelas temperaturas, pelas épocas das chuvas, pela grandeza dos dia e das noites, que influenciam e de que maneira os seus voos sazonais, quando se trata de aves migratórias.
Continuo a morar na província, mas agora a cerca de quatro quilómetros do mar Atlântico, mas aqui só as gaivotas são "rainhas" e não têm complexos de vir a ocupar os areais e outras paragens, caso o mau tempo e a forte ondulação se instalem pelo seu habitat, para ali regressarem assim que as condições o permitam... Os homens com uma vida dedicada ao mar, dizem, amiudadas vezes, "Gaivotas em Terra!..." para classificar, precisamente, essa característica de uma ave que tão bem se adaptou a viver do mar e para o mar, mas, nas condições mais adversas também não arriscam a ficar por lá!... Não o farão pelo sentido da responsabilidade, mas pela sobrevivência, que trocado em miúdos vai dar no mesmo!
Mas, hoje gostava de vos falar duma outra ave, que nada quer com o mar e todos conhecemos, que é o melro! Diz-se, que é uma ave de jardim, mas sobrevivia por todo o nosso país rural, aliás, é daí que o conhecemos melhor... Acompanhava muito de perto os trabalhos de lavoura, ali com o rio Douro bem próximo, quando o nosso país era essencialmente rural, com os seus voos rasantes na proximidade de ribeiros, regatos e represas, ao mesmo tempo que não dispensava os seus cantares estridentes de um alerta avisador e denunciador, que ficará connosco para os restos das nossas vidas...
Nessa altura não imaginaríamos sequer que passados sessenta anos viéssemos a reencontrar essa mesma ave, num outro cenário, mantendo as mesmas características, os mesmos jeitos, a mesma forma de estar e a mesma adaptabilidade, agora também nos jardins e num pinhal com alguma proximidade... Há, todavia, uma pequena grande diferença, que não posso deixar de vos dar a conhecer:- Nos últimos anos, talvez, a minha presença seja mais notada por estas aves, que, entretanto, começaram por se aproximar um pouco mais do meu florido jardim... Começaram por fazer o ninho na pequena árvore do fundo do jardim e este ano voltaram a nidificar, mas na árvore mais próxima e há poucos dias, lembraram-se de fazer mais um ninho, mas desta vez a cerca de dois metros do solo, bem agarrado aos troncos de uma glicínia que prospera encostada à casa, bem dentro do nosso jardim!...
Claro, que me passam muitas coisas pela cabeça, é muito normal que tal aconteça... Desde recordar os anos da minha infância, numa volta ao passado, onde se perfilam em catadupa um vasto rol de memórias, em que, por vezes, entram também os melros, não estes, que agora se lembraram do meu jardim, mas, seguramente, outros, que tinham o mesmo aspecto e o mesmo desembaraço dos que lhes sucederam! (CONTINUA)

2 comentários:

  1. Amigo Piko
    Bons olhos o leiam, já tinha perguntado ao Valdemar se estaria com algum problema de saúde, visto não aparecer no seu Blog há uns tempos, folgo que esteja novamente em forma.
    Quanto ao Melro, aqui onde moro também se aproximam cada vez mais dos Humanos, quando era Rapaz andava com Amigos das mesma idade junto ao ribeiro, á procura dos ninhos, era aí bem escondidos que nidificavam, agora numa nespereira que tenho aqui a dez metros da casa fazem os seus ninhos e não passam cartão a quem lá passa junto.
    Segundo informação recente parece que até já se pode caçar esta ave, tal como os corvideos, não percebo mais esta tirada de quem tem o poder de Legislar, num Pais onde é proibido caçar o Pardal que causará mais prejuízos que benefícios, pode-se caçar aves tão bonitas, e no caso do corvo inteligentes.
    Mas enfim, eles é que sabem.
    Um abraço
    Virgílio Miranda

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  2. Quando se vive longe dos locais da nossa mocidade, que por circunstâncias da vida o assim permitiu, vem-nos à lembrança acontecimento, por que passamos, que só com a morte o esqueceremos. Não foges à regra, desta triste realidade. Escolhestes o Melro, como personagem principal, para desenvolver a tua capacidade de pensar em relação à tua infância, passada numa Aldeia junto ao Rio Douro. O melro é uma ave linda, com o seu bico amarelo e seu cantar melodioso, que qualquer rapaz o mais pequeno que fosse, gostaria de ter numa linda gaiola, uma ave tão nobre.

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