terça-feira, 4 de janeiro de 2011

HÁ NASCER, VIVER E MORRER!...

Já sabia que era uma questão de dias!... O desenlace aconteceu ontem, precisamente a quatro de Janeiro, mas de 2011... A última rosa que era vermelha resistiu e muito, pareceu-me que estava decidida a viver quanto mais melhor, porque, talvez soubesse, que também era essa a nossa vontade! Mesmo nos dias chuvosos e frios, nunca deixei de me aproximar daquela que seria a última rosa do jardim e até tinha o cuidado de regar a roseira num ou outro dia mais solarengo, embora, devido ao Inverno que já começou e se faz sentir por todo o lado, nem seria necessário associar mais humidade a quem tão bem resistiu aos dias quentes do Verão e do Outono!
Foi um desaparecimento lento e que foi deixando marcas que anunciavam o pior! A cor começara por perder aquele brilho intenso e aos poucos dava mostras de que se iniciara como que um processo degenerativo! Ao mesmo tempo que perdia o brilho, percebia-se que a sua forma se alterava e deixava a forma homogénea, que encanta os nossos olhos e que não nos deixa indiferentes. O pior viria depois, quando as primeiras pétalas não resistindo ao processo degenerativo acabaram por se soltar e ao tentar pôr-lhe a mão como que a tentar evitar o inevitável, mais duas pétalas se soltaram e aí percebi que o processo era irreversível...
Custa-nos imenso as perdas de coisas a que nos afeiçoamos, porque sentimos que somos atingidos na nossa sensibilidade, mas que não há cura nem remédio para que o ciclo da vida seja diferente e daí a nossa resignação, que, se for acompanhada pela compreensão possível e desejável nos tornará seres de muito melhor qualidade e todo o Universo agradece e rejubila!
Desta vez pegamos num pequeno e insignificante exemplo, como este de uma rosa vermelha que nasceu em fins de um Outono algo estranho e que de botão resistiu mais que o habitual até se abrir como que em esforço já Dezembro ia a meio, mas os exemplos sobre os diferentes ciclos de vida são tantos e variados, que, da mesma forma que por nós são vividos, com igual ligeireza são arrumados e até esquecidos, e, se não fora assim, nem o nosso cérebro seria capaz de atingir alguns dos fins para que fora criado, e, aqui, parece-nos, que os conceitos e as sensibilidades diferem muito e tanto assim é que as divergências entre os humanos existem numa proporção que muitos consideram avassaladora, mas que poderá nem sê-lo!...
Reparemos nestes pequenos e elucidativos exemplos que vão acontecendo em simultâneo, neste nosso pequeno planeta:- «Enquanto um ser humano assiste algo incomodado ao fim de vida de uma flor que até deixara de ser bela ou formosa, na mesma latitude, mas um pouco afastado para Ocidente ou Oriente, num moderno e sofisticado laboratório, alguns outros humanos devidamente "protegidos" procuram encontrar a fórmula ou fórmulas para "chegar" à tal arma poderosa, que fará com que o resto da Humanidade se encolha e aceite uma superioridade bélica que irá ter as diversas consequências que todos estaremos a imaginar, como a desigualdade extrema que todos dizem querer reduzir e até eliminar...
Entretanto, bem mais perto de nós, algures neste continente num outro laboratório, também sofisticado, um outro grupo de homens e mulheres, devidamente equipados, como convém, procuram com afinco e determinação encontrar os caminhos que os possa conduzir com sucesso à cura de doenças terríveis como a sida, alhzeimer e diverso tipo de cancro...
Por paradoxal que possa parecer, bem mais perto de nós, algures em Portugal, um grupo de indivíduos, onde prevemos nem estará uma mulher sequer, em gabinetes fechados e providos de ar condicionado, tendo à disposição máquinas sofisticadas de cálculo, nem sempre utilizadas no passado, ou então mal utilizadas, procuram fazer as últimas contas para resolver ou enganar um passivo que deixaram descontrolar, em parte em proveito próprio, pelo menos à desconfiança já não fogem...»
O meu velho amigo, já desaparecido, nascido ali para as bandas de Famalicão, ia-me dizendo em meados dos anos setenta, com a sabedoria adquirida ao longo de uma vida difícil e trabalhosa:- « ... Cada um é p'ró que nasce!...»

Nota final: Decidi, não sei se bem, mostrar aos meus amigos, um pequeno trabalho feito em acrílico e que pretende ser uma justa homenagem aos homens do mar (Furadouro)

3 comentários:

  1. Gosto do texto e da forma como descreves uma flor, ou melhor como descreves a importância que essa flor teve, tem e terá para ti, ou serão todas as flores do teu jardim? Sei que esta, pela resistência, colheu maior afecto, mas sei que é assim com todo o jardim. ;)
    Um beijo.
    O quadro é óptimo e há mais para mostrar!!!

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  2. Tal e calmente.
    O quadro é ótptimo e há mais para mostrar!!!
    Tal como o quadro e certamente que será uma justa homenagem também o texto é magnífico e o seguimento de um final que se adivinhava, já que e felizmente que assim é que tudo o que nasce morre e tem um tempo máximo de duração.
    Felizmente que assim é. Se tal não acontecesse os exploraadores não morreira nenhm.
    Sabes que a tentativa das grande potências arranjarem um lugar seja imerso ou no ar onde se possam colocar e oprimir os restantes com ameaças constantes, não é de ontem nem de hoje e veja-se as tentativas das ídas à Lua +por Soviéticos e Americanos na tentativa clara de lá arranjarem um recanto que lhes fosse permitido viver e comandar.
    Felizmente que a Mãe Natureza tem muita força e fez as coisas bem feitas.
    Mas a ganância e a ambição é tal, que eles apesar de saberem que isso lhes é impossível teimam em não desistir.
    Muita força para nos brindares com mais artigos desta enormíssima qualidade.
    Consegues fazer de uma Rosa um Lindo Rosal e de uma forma apaixonante contagiante. Parabéns

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  3. Bonito quadro Amigo Piko, quanto ás Rosas seguiram o caminho dos Cravos, que há muito murcharam, e estamos a ver que não voltam a arrebitar.
    Um abraço
    Virgílio

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